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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Revolta dos Malês 24 e 25 de Janeiro de 1835.

Hauçás, Nupes e outros povos islamizados tornaram-se comuns entre os escravos na Bahia, especialmente a partir de volumosos desembarques de cativos de fala Ioruba no século XIX. As origens desses escravizados muçulmanos podem estar relacionadas ao contexto próprio das áreas interioranas da Baía de Benin e à jihad do Xeque Usman dan Fordio (morto em 1817), fundador do Califado de Sokoto, promovendo o islamismo militante através de sua cultura de leitura e escrita . Revoltas PELA TOMADA DE PODER foram realizadas pelos Malês a partir de 1807 até 1935, constituídas sempre de uma ampla rede que se comunicava com outros estados como o Rio de Janeiro
LUIZA MAHIN foi trazida da Costa da Mina (Nagô de Nação), que foi o principal ponto de partida de africanos escravizados durante o século XVIII e início do século XIX. Quitandeira e escrava de ganho, Mahin NUNCA SE SUBMETEU AO CATIVEIRO e vivia na condição de liberta na época da insurreição. “Pagã, pois sempre recusou o batismo e a doutrina cristã” participou também da Sabinada no Rio Janeiro em 1937 (movimento que proclama uma república provisória em repúdio ao poder monárquico central) sendo deportada para África. Segundo seu filho, Solano Trindade, era o último registro do qual tinha conhecimento sobre sua mãe, da qual dizia ter a cor de um preto retinto e sem lustro, “tinha os dentes alvíssimos como a neve, era muito altiva, geniosa, insofrida e vingativa”, ERA UMA REVOLUVIONÁRIA “impaciente, irrequieta e INCAPAZ DE CONFORMAR-SE COM SITUAÇÕES DE INJUSTIÇA”.
Dos 1500 pretos no processo revolucionário em 1837, 70 tombaram. Alguns foram exilados, mortos ou escravizados pelo arbítrio dos tribunais brancos. Insurgiram-se contra a sociedade baiana cristã e escravista em busca de poder político na forma de cidadania e da libertação de nosso povo apontando um caminho, o da INSURREIÇÃO.
Mahin é sinônimo de luta e de resistência do povo preto
Minha Mãe

MALÊS

“é aminhã, Luiza Mahin falô”
Ouve-se nos cantos a conspiração
vozes baixas sussurram frases precisas
escorre nos becos a lâmina das adages
Multidão tropeça nas pedras
Revolta
há revoada de pássaros
sussurro, sussurro:
“é amanhã, é amanhã.
Mahin falou,” é amanhã”
A cidade toda se prepara
Malês
bantus
geges
nagôs
vestes coloridas resguardam esperanças
aguardam a luta
Arma-se a grande derrubada branca
a luta é tramada na língua dos Orixás
”‘é aminhã, é aminhã”
sussurram
Malês
bantus
geges
nagôs

Era mui bela e formosa,

Era a mais linda pretinha,

Da adusta Líbia rainha,

E no Brasil pobre escrava!

Oh, que saudades que eu tenho

Dos seus mimosos carinhos,

Quando c‘os tenros filhinhos –

Ela sorrindo brincava.

Éramos dois — seus cuidados,

Sonhos de sua alma bela;

Ela a palmeira singela,

Na fulva areia nascida.

Nos roliços braços de ébano.

De amor o fruto apertava,

E à nossa boca juntava

Um beijo seu, que era a vida.

[...]

Os olhos negros, altivos,

Dois astros eram luzentes;

Eram estrelas cadentes

Por corpo humano sustidas.

Foram espelhos brilhantes

Da nossa vida primeira,

Foram a luz derradeira

Das nossas crenças perdidas.

[...]

Tinha o coração de santa,

Era seu peito de Arcanjo,

Mais pura n‘alma que um Anjo,

Aos pés de seu Criador.

Se junto à cruz penitente,

A Deus orava contrita,

Tinha uma prece infinita

Como o dobrar do sineiro,

As lágrimas que brotavam,

Eram pérolas sentidas,

Dos lindos olhos vertidas

Na terra do cativeiro.
Solano Trindade

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