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sexta-feira, 26 de julho de 2013
quinta-feira, 25 de julho de 2013
Fala geografa Maria Adélia indicação do Forum Hip Hop MSP
LIÇÕES
DE MILTON SANTOS, sobre o período popular da história e sobre o
problema do negro no Brasil.
Maria
Adélia aparecida de Souza
Professora
titular de Geografia Humana da USP
São
Paulo, 24 de junho de 2004.
ENTREGA
DO PREMIO MILTON SANTOS
CÂMARA
MUNICIPAL DE SÃO PAULO
24
DE JUNHO DE 2013.
SAUDAÇÕES
Na
pessoa do vereador Nabil Bonduki, saúdo todas as autoridades
presentes,
Senhoras
funcionárias e funcionários da Câmara Municipal,
Ex-alunas
e alunos do Professor Milton Santos,
Colegas,
amigas e amigos do Professor Milton Santos,
Minhas
senhoras e meus senhores
Sem
dúvida alguma o PREMIO MILTON SANTOS instituído nesta casa por
iniciativa do nobre vereador Nabil Bonduki, que revejo depois de 9
anos, nesta mesma cerimônia, se constitui numa das mais belas
homenagens que se possa prestar ao professor Milton Santos. Esta casa
e o vereador merecem dos amigos de Milton e dos cidadãos paulistanos
e baianos uma moção de gratidão por esta iniciativa.
Considerando
as circunstâncias em que vivemos no Brasil e na cidade de São Paulo
nos últimos dias, através das múltiplas manifestações políticas
que temos tido, gostaria de rapidamente tratar aqui, nesta cerimônia
de dois temas relevantes inspirados na obra de Milton:
1.
A emergência do Período Popular da Historia e o papel da metrópole,
pois certamente é neste caldo que se enquadram as premiações;
2.
Refletir sobre a população pobre e negra.
É,
portanto, com muita emoção que retorno a esta casa, nove anos
depois. Relembrando de Milton, acompanhando meu amigo num momento de
rara alegria quando, aqui estivemos juntos para que ele recebesse o
honroso título de cidadão paulistano. Trago na minha memória a sua
alegria naquele dia e a importância que sempre deu a esta casa
legislativa. 2
Aquele
irredutível humanista viveu para o engrandecimento do ser humano.
Sempre aprofundou o conhecimento das questões sociais, batalhando
pelo retorno do humanismo, bandeira central de toda sua obra. “É
preciso resgatar o humano na humanidade” repetia ele,
insistentemente.
O
que assistimos no Brasil hoje, manifestações e mobilizações em
massa encontra abrigo nas teorias de Milton Santos. E, sem dúvida
nenhuma as premiações feitas hoje aqui na Câmara Municipal de São
Paulo, refletem isso.
Nas
características deste período histórico, já quase moribundo, que
ele denominou de técnico - cientifico - informacional está a gênese
do período demográfico ou período popular da Historia.
O
que é isso?
O
lugar
na
obra de Milton Santos é “o
espaço do acontecer solidário”.
Este conceito – solidário – tão desgastado do século XX, por
vezes confundindo-se com um assistencialismo pernicioso e alienante,
ele vai resgatar como a nova possibilidade dos pactos sociais, de
distintas naturezas.
Na
minha leitura, esses pactos – entre as pessoas, entre as empresas e
entre as instituições – só serão justos, humanos e generosos se
forem estabelecidos como PACTOS TERRITORIAIS. Território aqui
entendido, através do seu uso – afinal usamos o território para
existir - e esse uso é político, ou seja, produto de relações
sociais que no tempo presente são lideradas pelas relações de
produção.
Em
realidade se considerarmos o território usado como nosso abrigo, ou
seja, como as possibilidades que temos para usá-lo e existir, mora
aqui a grande discussão.
Lá
nos lugares onde vivemos, onde usamos o território é que mora
também a nossa felicidade, a nossa possibilidade de existir com
dignidade. Todos os territórios da cidade precisam ser usados por
creches, escolas, hospitais, comercio, indústria, ricos e pobres...
Enfim, tudo o que existe ou precisamos para existir!
A
cidade, portanto, precisa ser uma miscelânea, uma mistura de coisas.
Só assim os guetos constituídos pelos usos específicos serão
abolidos. Esta é a utopia que fundamenta os PACTOS TERRITORIAIS: a
pactuação social que permitirá a TODOS OS CIDADÃOS conviverem
juntos, vivenciando a grande exigência do século XXI que será a
busca desenfreada pela PAZ através do respeito mútuo e da
CONVIVENCIA
NA DIVERSIDADE.
É
por isto que todos estão nas ruas.
E
também porque neste período moribundo – técnico - científico -
informacional – as informações, armas essenciais da política
chegam a todos, sem mediações, pelos instrumentos técnicos
disponíveis e que fogem a regulação das empresas, na sua difusão.
Curiosa
e dialeticamente, quem produz celular ganha na produção e depois
perde o controle sobre a funcionalidade desse objeto, diferentemente
do radio ou da TV, onde as empresas controlam sua produção, seu uso
e funcionalidade. Trata-se de um mundo novo, aonde as informações
chegam diretamente, em tempo real lá nos lugares, onde as pessoas
vivem juntas, solidariamente e se conhecem.
Não
fora essa solidariedade sobre 3
a
qual conhecemos tão pouco, os pobres das periferias e, especialmente
os negros, não existiriam mais! Os índios já foram quase
exterminados... mas reagem, bravamente, apoiados nas características
desse novo período.
O
PERIODO POPULAR DA HISTORIA CHEGA GRITANDO NAS RUAS POR MAIS JUSTIÇA,
PARA QUE A TOTALIDADE DA CIDADE SEJA VISTA POR TODA A SOCIEDADE,
PELOS GOVERNANTES E POR TODA CLASSE POLITICA. Desta vez sem a
mediação das grandes mídias.
O
que está nas ruas e buscando caminhos novos a partir de experiências
da viva vivida é toda população interessada na construção de um
país digno e justo.
Aonde
tudo isso chegará?
Como
saber, se as características mesmas destes tempos é a aceleração?
Vivemos em um mundo aceleradamente mutante! O novo se cria a cada
instante!
Certamente
o que fundamentará esse caminho será a confiança que depositarmos
uns nos outros, cada qual contribuindo com sua experiência vivida,
com sua PRAXIS! Mas estou segura que o bom senso emergirá da
SOLIDARIEDADE E DA GENEROSIDADE entre as pessoas. E a maioria que
liderará esse movimento entende disso como minguem.
Parece-me
que a ética não morreu e é a bandeira – como sempre foi –
daqueles que sabem o que é lutar pela sobrevivência e pela vida a
cada dia, a cada minuto, há séculos. Afinal a consciência de que
somos humanos e como tal temos direitos e deveres é o fundamento
dessa ética dos pobres. Eles são quem nos farão retomar a
esperança na vida! Nisso são mestres!
E
é a partir da vivencia do sentido de justiça, em seus lugares, que
as pessoas, especialmente os pobres, constroem e construirão essa
nova ética.
Daí
a importância dos conceitos de LUGAR e TERRITÓRIO USADO, na
perspectiva atual.
Precisamos
nos preparar para os tempos que estão por vir e, rapidamente,
lidarmos com a nova racionalidade do mundo que é POLITICA e não
mais ECONôMICA.
Outro
aspecto que quero, neste pouquíssimo tempo de que disponho é chamar
a atenção para a condição existencial do patrono deste premio:
SER NEGRO NO BRASIL.
Inspirei-me
e uso palavras do próprio Milton e suas reflexões e naquelas de
Waldomiro dos Santos Junior, seu biógrafo, para escrever e refletir
sobre elas.
Sua
condição negra, de uma elite negra ilustrada existente
provavelmente apenas na Bahia, o transformou num dos personagens
único da inteligência brasileira. E eles têm sido raros!!!
Intelectual
rigoroso e incômodo exigia de todos posturas claras e inteligentes
diante do mundo e da vida.
Assim,
os brancos tentavam usa-lo e os negros muitas vezes não se
conformavam com sua postura diante das lutas da “raça”. É
impossível deixar de se intrigar com uma de suas frases mais lúcidas
referentes
aos afrodescendentes brasileiros: os
negros ainda sorriem, mas vão começar a ranger os dentes. ... é
preciso que eles queiram ser a nação brasileira. 4
Milton
Santos, pela sua vida, pelos anos de exílio, construiu uma
consciência crítica, generosa, profunda e competente.
Milton
possuía talento, rigor, coragem, ousadia, conhecimento.
É
neste clima, com este rigor que nasce a obra revolucionária de
Milton. Obra intrigante, profunda e que está ainda por ser conhecida
e efetivamente usada no Brasil.
O
premio Milton Santos se constitui numa excelente oportunidade para
chamar a atenção sobre ela. E este era o principal desejo de
Milton. Certamente esta é a melhor homenagem que poderíamos lhe
prestar exatamente no dia de sua partida, 24 de junho de 2001, há 12
anos!
Formado
em Direito, Milton Santos foi professor de matemática, jornalista
cuja pena e texto eram temidos na Bahia, mas foi a Geografia que o
seduziu.
Sua
obra complexa e profunda vai revigorar a Geografia transformando-a
num poderoso instrumento de conhecimento da sociedade e de
possibilidade de construção do seu futuro.
Mas
jamais tergiversou sobre a sua condição negra. Sabia
perfeitamente que tanto o modelo cívico cultural quanto o modelo
político brasileiro são heranças da escravidão.
A escravidão não criou apenas a casa grande e a senzala, marcando
indelevelmente o uso do território brasileiro, mas também até hoje
as relações sociais do país perpetuando esse modelo excludente. A
senzala hoje é toda periferia: a ela nada ou os restos, se houver!
“Milton
Santos sempre dizia não ser um cidadão integral deste país, com
todas as exceções que tinha: neto de escravos, mas também de
negros de classe média; erudito e reconhecido como um dos maiores
intelectuais brasileiros do século XX!
Os
negros no Brasil ainda são identificados pela cor e não pelos
sujeitos que são ou representam! Tristemente em nosso país, quando
se é negro dificilmente não se é pobre.
Mas
a questão central, como sempre nos lembrava é a humilhação
cotidiana. Difícil de escapar dela: pode ficar rico ou intelectual
brilhante! Vivem os negros o medo permanente da humilhação.
Tendo
vivido em vários continentes e também na Africa, Milton Santos
sempre destacava o papel do negro na historia do Brasil. Aqui, “o
fato de que o trabalho negro tenha sido, desde o início da historia
econômica, essencial a manutenção do bem estar das classes
dominantes deu-lhe um papel central na gestação e perpetuação de
uma ética conservadora e desigualitária. Os interesses
cristalizados produziram convicções escravocratas arraigadas e
mantem estereótipos que ultrapassam os limites do simbólico e tem
incidência sobre os demais aspectos das relações sociais.
Ao
mesmo tempo a opinião pública foi, por cinco séculos treinada para
desdenhar e, mesmo, não tolerar manifestações de inconformidade,
vistas como um justificável complexo de inferioridade, já que o
Brasil, segundo a doutrina oficial, jamais acolhera nenhuma forma de
discriminação ou preconceito.”
A
questão não é tratada eticamente. “Falta
muito para ultrapassar o palavrório retórico e os gestos
cerimoniais e alcançar a ação politica consequente.”
Ou
os negros deverão esperar mais outro século para obter o direito a
uma participação plena na vida nacional? Ou continuarão sendo
objeto de genocídios como o que temos em nossa cidade? 5
“No
Brasil, a marca predominante é a ambivalência com que a sociedade
branca dominante reage, quando o tema é a existência, no pais, de
um problema negro.
Esse
equivoco é também duplicidade, como bem resumiram Florestan
Fernandes e Octávio Ianni, nossos mestres, para quem, entre nós não
é feio ter preconceito de cor, mas manifestá-lo.
Por
isso a discussão ou o enfrentamento da questão negra no Brasil é
escorregadia.”
Uma
dessas discussões, segundo Milton Santos é a perda de tempo com a
semântica: falamos em preconceito, discriminação, racismo, etc.
etc.... Uma fuga a verdadeira questão a ser respondida, ainda: ser
negro no Brasil, o que é?
Sempre
se perde tempo para resolver o problema da questão negra: para
entrar na universidade é preciso esperar. Então: não as cotas!
“O
traço marcante que diz respeito a essa questão é a hipocrisia
permanente, resultado de uma ordem racial, cuja definição é desde
a base viciada”.
Ser
negro no Brasil é ser objeto de um olhar vesgo e ambíguo. E, essa
ambiguidade marca a convivência cotidiana, influi sobre o debate
acadêmico e o discurso individualmente repetido é também,
utilizado por governos, partidos e instituições.
A
verdade é que aqui no Brasil o corpo da pessoa se impõe como uma
marca visível e se privilegia a aparência como uma condição
primeira da objetivação e de julgamento, criando uma linha
demarcatória, que identifica e separa, a despeito das pretensões de
individualidade e de cidadania do outro.
No
Brasil onde a cidadania é mutilada, no caso dos negros é
emblemática.
O
homem é o seu corpo, a sua consciência, a sua sociabilidade, o que
inclui a sua cidadania. Mas a conquista por cada um, da consciência,
não suprime a realidade social de seu corpo nem lhe amplia a
efetividade da cidadania.
Talvez
essa seja uma das razões pelas quais, o debate sobre os negros é
prisioneiro de uma ética enviesada. “Ser negro no Brasil é ser
objeto de um olhar enviesado.”
“A
chamada boa sociedade parece considerar que há um lugar
predeterminado, lá em baixo, para os negros e assim tranquilamente
se comporta”. Logo, tanto é incomodo haver permanecido na base da
pirâmide social, quanto haver subido na vida. Tudo é sempre motivo
de constrangimentos e humilhações.
“Temos
aqui uma forma de apartheid à moda brasileira, contra a qual é
urgente reagir se realmente desejamos integrar a sociedade
brasileira, de modo que num futuro próximo ser negro no Brasil seja,
também, ser plenamente brasileiro no Brasil.”
Se
refletirmos sobre os ensinamentos de Milton, o tempo presente pode
ser anunciador disso.
Tomara
que sim!
Muito
obrigada! Parabéns aos autores dos projetos premiados e a todos que
se inscreveram.
Pautando politicas para todos
#Diálogos: Jovens de SP se reúnem com gestores públicos para discutir políticas de juventude

13, março 2013 - 17:38
Por Ingrid Evangelista, Marcelo Morais, da Renajoc e Vânia Correia, da Redação
SÃO PAULO – Na noite da última terça-feira (12), a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, por meio da Coordenadoria da Juventude da cidade de São Paulo, promoveu um encontro com lideranças juvenis para discutir uma política de participação da sociedade em relação à formulação e implementação das políticas públicas destinadas aos jovens. O Diálogo Social, como o evento foi batizado, reuniu mais de duzentas pessoas de todas as regiões da cidade e de diferentes movimentos, organizações e coletivos. Esse foi o primeiro de uma série de encontros que a SDH pretende realizar, abordando os diferentes temas que estão no âmbito da secretaria. O secretário municipal de Direitos Humanos, Rogério Sottilli, e o coordenador de Juventude, Gabriel Medina, conduziram o encontro.
Sotilli destacou a importância do espaço de diálogo com a sociedade e garantiu que esse será o método de atuação do governo. “Nós queremos ouvir a sociedade civil para aprender com as críticas e propostas de vocês e aprimorar as políticas públicas”, disse. Falou ainda do desafio de criar e fortalecer uma agenda de direitos humanos na cidade de forma ampla e participativa. “Ou a gente constrói a agenda de direitos humanos de forma republicana, apartidária e transversal, ou a gente não avança”, sublinhou. Além da juventude, a SDH também coordenará políticas voltadas à população LGBT, idosos, crianças e adolescentes, população de rua, imigrantes, além de educação em direitos humanos.
Medina inaugurou sua fala destacando que um dos objetivos da coordenadoria de Juventude é romper com a lógica da cidade proibida, que dificulta e/ou impede a circulação e apropriação dos espaços públicos. Em seguida elencou algumas das prioridades e compromissos da atual gestão em relação às políticas públicas de Juventude, entre eles o de contribuir com a reforma do Conselho Municipal de Juventude para permitir que a presidência seja alternada entre governo e sociedade civil, para que se fortaleça e seja mais atuante.
Entre as ações previstas pela Coordenadoria está o mapeamento da realidade da juventude e das ações governamentais que atingem o público jovem; a implementação do Programa Juventude Viva, do governo federal e a criação das Redes Territoriais da Juventude, ainda em fase de discussão.
Durante o diálogo, os jovens participantes levantaram questões e propostas para a política de juventude na cidade. O rapper Pirata, do Fórum de Hip Hop, alertou para a importância de que a prefeitura não apenas escute os jovens, mas que a escuta se converta em ações concretas. Para Alex Capuano, da CUT, morador de Ferraz de Vasconcelos, as políticas voltadas ao público jovem devem se articular com outros municípios da região metropolitana que fazem divisa com a cidade de São Paulo, já que a dinâmica da vida dos jovens, muitas vezes, ignora essas fronteiras territoriais. Essas cidades são consideradas dormitórios e a grande maioria de seus habitantes, trabalham e/ou estudam na capital.
O racismo institucional foi apontado por Samoury Mugabe, da Articulação da Juventude Negra, como um dos principais pontos a serem enfrentados, no âmbito do Juventude Viva. Muitos jovens negros são mortos pela polícia, além de enfrentarem maiores dificuldades de acessarem serviços públicos como a saúde. Gabriel di Pierro, do GT de Juventude da Rede Nossa São Paulo, ressaltou a necessidade de fortalecer a estrutura da Coordenadoria para que ela possa ter condições de implementar todas as políticas que a juventude paulistana precisa.
Fortalecer a Coordenadoria e, por consequência o tema juventude na cidade, é uma das metas de Gabriel Medina. “Nós queremos acabar com a lógica clientelista. Queremos fazer política pública pra juventude e isso significa fazer programas universais, amplos, que atendam às necessidades dos jovens. Temos que ser um espaço de inteligência que ofereça dados e ideias para outros setores do governo que desenvolvem ações que atingem o público jovem”.
Casa do Hip Hop, breve histórico
http://forumhiphopeopoderpublico.blogspot.com.br/
Casa do Hip Hop, breve histórico
Djalma Lopes Góes (Nando Comunista)
Rapper e sociólogo. Integra o Núcleo Cultural Força Ativa.
O Movimento Hip Hop Paulistano, desde 1996, vem se organizando para inserir o Hip Hop na agenda oficial da cidade de São Paulo. As reuniões acerca dos caminhos e possibilidades do Hip Hop aconteciam no Green Express, uma casa de shows situada na Avenida Rio Branco, no centro da cidade. Participaram desses encontros grupos de todo o Brasil, como Clã Nordestino, Racionais MCs, DMN, Rapper Pirata, Núcleo Cultural Força Ativa, dentre outros. Nestes encontros discutia-se a possibilidade de o governo municipal acatar propostas do movimento referentes à constituição de uma Rádio Educativa e da Casa do Hip Hop e da realização do Zumbi Rap Festival, dentre outras propostas.
Entre 1996 e 2000, o então vereador Vicente Cândido (PT), contou com dois integrantes do DMN, Marcão e LF, em sua assessoria. Essa experiência estreitou relações entre o Movimento e a Câmara Municipal e logo surgiram algumas propostas relacionadas ao Hip Hop e luta anti-racismo nos projetos de lei em tramite no legislativo municipal. Continuaram as mobilizações em torno da pauta dos grupos e articulações e, em decorrência dessas manifestações, foi possível que vereadores emplacassem projetos de lei que diziam respeito às demandas políticas do Hip Hop, como por exemplo:
1. Semana do Hip Hop, Lei 13.924/04 (atual Lei 14.485/07);
2. Casa do Hip Hop, PL. 422/04;
3. Casa da Cultura Hip Hop Malcom X, PL. 763/2003;
4. Dia do Hip Hop, PL. 651/2005
5. Prêmio Sabotage, Resolução 008/2004;
6. Programa Hip Hop é Educação, PL. 609/03.
Além desses projetos, o Movimento Hip Hop passou a participar e acompanhar a tramitação de outras iniciativas na Comissão de Juventude da Câmara Municipal. Em novembro de 2008, o Fórum Hip Hop apresentou, em audiência pública sobre orçamento municipal, uma proposta de inserção de rubrica orçamentária para projetos e programas de interesse da juventude, dentre eles: R$ 101 mil para realização da Semana do Hip Hop; R$50 mil para construção da Casa do Hip Hop, no bairro de Cidade Tiradentes, zona leste de São Paulo; uma previsão orçamentária mínima, de pelo menos R$1 mil, que viabilizaria o convênio com o governo federal para a implementação do Projovem Urbano, e a previsão de recursos para implementação de uma Biblioteca Pública também em Cidade Tiradentes.
Apesar de as atividades e equipamentos estarem previstos em leis municipais, fizemos isso porque a Coordenadoria da Juventude e demais secretarias do governo municipal não encaminharam para o legislativo orçamento para executá-los. E embora a Câmara Municipal e Comissão de Orçamento tenham aprovado nossas propostas e incluído os recursos para execução das referidas atividades, o governo municipal se negou a executá-las, congelando as verbas previstas para a realização delas.
Por meio de uma emenda orçamentária, em dezembro de 2008, a vereadora Claudete Alves (PT) destinou R$150 mil para a construção da Casa do Hip Hop, em Cidade Tiradentes, mas, depois de construída, o Governo Municipal e a Coordenadoria de Juventude decidiram, mais uma vez, vetar o Hip Hop, transformando o prédio, que seria a Casa do Hip Hop, numa Estação Juventude.
O Fórum Hip Hop vem participando da Comissão de Juventude da Câmara e mobilizando a sociedade no sentido de pressionar o governo municipal para execução das legislações acima. Foram realizadas audiências públicas e nosso último recurso será uma ação judicial. Entendermos que o não cumprimento de leis pode ensejar um desvio de conduta e isto é improbidade administrativa.
Casa do Hip Hop, breve histórico
Djalma Lopes Góes (Nando Comunista)
Rapper e sociólogo. Integra o Núcleo Cultural Força Ativa.
O Movimento Hip Hop Paulistano, desde 1996, vem se organizando para inserir o Hip Hop na agenda oficial da cidade de São Paulo. As reuniões acerca dos caminhos e possibilidades do Hip Hop aconteciam no Green Express, uma casa de shows situada na Avenida Rio Branco, no centro da cidade. Participaram desses encontros grupos de todo o Brasil, como Clã Nordestino, Racionais MCs, DMN, Rapper Pirata, Núcleo Cultural Força Ativa, dentre outros. Nestes encontros discutia-se a possibilidade de o governo municipal acatar propostas do movimento referentes à constituição de uma Rádio Educativa e da Casa do Hip Hop e da realização do Zumbi Rap Festival, dentre outras propostas.
Entre 1996 e 2000, o então vereador Vicente Cândido (PT), contou com dois integrantes do DMN, Marcão e LF, em sua assessoria. Essa experiência estreitou relações entre o Movimento e a Câmara Municipal e logo surgiram algumas propostas relacionadas ao Hip Hop e luta anti-racismo nos projetos de lei em tramite no legislativo municipal. Continuaram as mobilizações em torno da pauta dos grupos e articulações e, em decorrência dessas manifestações, foi possível que vereadores emplacassem projetos de lei que diziam respeito às demandas políticas do Hip Hop, como por exemplo:
1. Semana do Hip Hop, Lei 13.924/04 (atual Lei 14.485/07);
2. Casa do Hip Hop, PL. 422/04;
3. Casa da Cultura Hip Hop Malcom X, PL. 763/2003;
4. Dia do Hip Hop, PL. 651/2005
5. Prêmio Sabotage, Resolução 008/2004;
6. Programa Hip Hop é Educação, PL. 609/03.
Além desses projetos, o Movimento Hip Hop passou a participar e acompanhar a tramitação de outras iniciativas na Comissão de Juventude da Câmara Municipal. Em novembro de 2008, o Fórum Hip Hop apresentou, em audiência pública sobre orçamento municipal, uma proposta de inserção de rubrica orçamentária para projetos e programas de interesse da juventude, dentre eles: R$ 101 mil para realização da Semana do Hip Hop; R$50 mil para construção da Casa do Hip Hop, no bairro de Cidade Tiradentes, zona leste de São Paulo; uma previsão orçamentária mínima, de pelo menos R$1 mil, que viabilizaria o convênio com o governo federal para a implementação do Projovem Urbano, e a previsão de recursos para implementação de uma Biblioteca Pública também em Cidade Tiradentes.
Apesar de as atividades e equipamentos estarem previstos em leis municipais, fizemos isso porque a Coordenadoria da Juventude e demais secretarias do governo municipal não encaminharam para o legislativo orçamento para executá-los. E embora a Câmara Municipal e Comissão de Orçamento tenham aprovado nossas propostas e incluído os recursos para execução das referidas atividades, o governo municipal se negou a executá-las, congelando as verbas previstas para a realização delas.
Por meio de uma emenda orçamentária, em dezembro de 2008, a vereadora Claudete Alves (PT) destinou R$150 mil para a construção da Casa do Hip Hop, em Cidade Tiradentes, mas, depois de construída, o Governo Municipal e a Coordenadoria de Juventude decidiram, mais uma vez, vetar o Hip Hop, transformando o prédio, que seria a Casa do Hip Hop, numa Estação Juventude.
O Fórum Hip Hop vem participando da Comissão de Juventude da Câmara e mobilizando a sociedade no sentido de pressionar o governo municipal para execução das legislações acima. Foram realizadas audiências públicas e nosso último recurso será uma ação judicial. Entendermos que o não cumprimento de leis pode ensejar um desvio de conduta e isto é improbidade administrativa.
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