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segunda-feira, 30 de julho de 2012
domingo, 29 de julho de 2012
SP: Violência, genocídio e extermínio da juventude negra
Joelma Ambrosio
Enquanto o índice de homicídios aponta redução desde 2003 na cidade de São Paulo, os casos de morte por policiais aumentaram. No primeiro trimestre deste ano, a Secretaria de Segurança Pública já registrou 75 mortes cometidas pela polícia – um aumento de 25%, comparado ao primeiro trimestre de 2011, quando foram registrados 60 casos. Dados do Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade no Município de São Paulo – PRO-AIM, revelam que 77% das vítimas de intervenção legal são jovens entre 15 e 29 anos, sendo a maioria negro (53,97%)*.
Para a defensora pública Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos do Estado de São Paulo, Daniela Albuquerque, é necessário investigar a relação dessas mortes com a corrupção. “ O momento é oportuno para o debate, já que estamos passando por uma leve onda como a que ocorreu em maio de 2006.” No periodo lembrado pela defensora, uma série de crimes e rebeliões em 74 presídios foram promovidos por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Os crimes desencadearam uma resposta das forças policiais do estado. Foram 493 pessoas mortas em pouco mais de uma semana, dos quais 6% tinham antecedentes criminais. Além disso, 122 casos possuem característica de execução sumária pela polícia – sem que tenha havido esforços para apontar culpados. Foram 43 policiais mortos.
O representante da Pastoral Carcerária e da Rede de Justiça Criminal, José Filho, apresentou três pesquisas sobre prisão provisória, realizadas com a colaboração de oito organizações que atuam com segurança e direitos humanos. Os dados identificam possíveis causas para o problema, entre elas, questões estruturais e conflitos institucionais, a defasagem no plano de carreira das polícias civil e militar, as condições de trabalho destes profissionais, a falta de investimento em tecnologia para investigações e a conivência do sistema. De acordo com José Filho, os dados também indicam uma política de encarceramento adotada pelo Estado de São Paulo – a cada mês entram no sistema carcerário paulista de 2,5 a 3 mil pessoas - atualmente são mais de 190 mil presos. Se comparado com Estados de outros países, São Paulo é o nono que mais encarcera no mundo.
O Fórum Municipal de Hip Hop, em parceria com o Grupo de Trabalho de Juventude da Rede Nossa São Paulo, realizou um encontro no dia 18 de julho para discutir “A Violência de Estado, genocídio e extermínio da juventude negra”. Cerca de 145 pessoas participaram do evento, que contou com a exibição de vídeos – entre eles, um dos episódios da série Nota 10, do Canal Futura – e um debate com especialistas e defensores públicos. A partir desta iniciativa, pretende- se reunir pessoas e instituições comprometidas com o enfrentamento da violência policial dirigida a jovens, para a realização de uma campanha e de uma audiência pública na Assembleia Legislativa.
Como encaminhamento, os interessados em aderir à iniciativa vão se reunir no dia 1 de agosto, na sede da ONG Ação Educativa, para começar a organizar as ações. Acesse o registro do encontro no site do Fórum Municipal de Hip Hop.
*Informações do GT Juventude Nossa São Paulo e Fórum Municipal de Hip Hop
Mapa da Violência aponta aumento de homicídios contra crianças e adolescentes no país
Karol Assumpção
da Adital
da Adital
A taxa de homicídios entre crianças e adolescentes no Brasil entre 1980 e 2010 cresceu 346%. Isso é o que aponta o novo Mapa da violência 2012 – Crianças e adolescentes do Brasil, divulgado no último dia 18. O elevado índice de assassinatos de meninas e meninos colocou o país em 4° lugar em uma lista de países com maiores taxas de homicídio entre crianças e adolescentes.
De acordo com a pesquisa, durante as três décadas analisadas, mais de 175 mil meninos e meninas de zero a 19 anos de idade perderam suas vidas para a violência. Somente em 2010, 8.686 crianças foram assassinadas no país.
O estudo alerta para o fato de que, nesses 30 anos, enquanto as taxas de mortalidade de crianças e adolescentes por causas naturais diminuíram, os índices de morte por fatores externos aumentaram. Destaque para homicídios, acidentes de transporte e outros acidentes. Segundo o relatório, em 2010, essas três causas representaram mais de 90% do total de mortes de crianças e adolescentes por causas externas, ficando o assassinato em primeiro lugar (43,3% das mortes), seguido por acidentes de transporte (19,7%) e outros acidentes (19,7%).
O que mais chama a atenção é o crescimento do número de assassinatos. Em 2010, 8.686 meninos e meninas foram mortos/as no país, representando uma taxa de 13,8 homicídios para cada 100 mil crianças e adolescentes. Dez anos antes, a taxa era de 11,9 para cada 100 mil.
“Dentre os 99 países com dados recentes nas bases estatísticas da Organização Mundial da Saúde, o Brasil, com sua taxa de 13,0 homicídios para cada 100 mil crianças e adolescentes, ocupa a 4ª posição internacional, só superada por El Salvador, Venezuela e Trinidad e Tobago”, destaca.
O documento ainda mostra a diferença das taxas por unidades da federação e municípios. De acordo com a publicação, enquanto estados como Piauí e São Paulo apresentam índices de homicídios de 3,6 e 5,4 para cada 100 mil, respectivamente; em Alagoas e Espírito Santo, essas taxas sobem para 34,8 e 33,8.
Mobilizações
Preocupadas com o elevado número de homicídios no Espírito Santo, organizações sociais e juvenis promovem a Campanha Estadual Contra a Violência e o Extermínio de Jovens. A ideia é chamar a atenção da sociedade e dos representantes de governo para as altas taxas de violência contra a juventude do estado.
Integrantes da Campanha convocaram, para esta quinta-feira (19), um ato público no Centro da capital capixaba para alertar a população para a realidade enfrentada por jovens no estado. A programação contemplou apresentações culturais, lançamento de cartilha sobre a Campanha e lançamento do Pacto em Defesa da Vida da Juventude, documento que será apresentado aos/às candidatos/as das eleições municipais deste ano.
Violência policial
A violência contra a juventude também foi tema de debate na noite de ontem (18), em São Paulo (SP). O encontro, promovido pelo Fórum Hip Hop municipal de São Paulo, destacou a violência policial contra a juventude negra no estado.
A atividade reuniu movimentos sociais, organizações de defesa dos direitos humanos, Pastoral Carcerária, Defensoria Pública, entre outras entidades para discutir o problema da violência policial no estado e buscar estratégias para denunciar a situação. No encontro, os/as participantes acordaram em criar uma comissão para realizar uma audiência pública sobre o caso e promover uma campanha contra a violência promovida por agentes do Estado.
Com informações de agências.
Fonte: Adital
quarta-feira, 25 de julho de 2012
segunda-feira, 23 de julho de 2012
Ato denuncia violência policial contra a juventude negra de São Paulo
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MUSICA RIMADA NO EVENTO DO DIA 18/07 CONTRA O GENOCIDIO DA JUVENTUDE NEGRA
Fantasmas
Vermelhos
Música:
Hip hop contra o genocídio da juventude preta
Coletânea:
Fórum de hip hop
Letra
e vocal: Tito e Poiètikè AK-47
Pleno
de sermos mortos, a cada esquina uma contagem de corpos,
Plenos
de sermos frágeis trincam como vidros humanos descartáveis,
Plena
cidadania, plena democracia, plena hipocrisia,
Plena
demagogia, Plena cidadania, plena democracia,
Plena
hipocrisia, plena demagogia...
Lado
leste, ruas esburacadas escuras
A
perna treme, o sangue gela: viatura
Becos,
vielas tet a tet um fuzil um arrombado.
Um
gatilho apertado, capsula pra todo lado.
Famílias protagonizam, noticiários
Serviço
de proteção à vítima fracasso,
Grupos
de extermínios fardados,
Militares
respondendo processos afastados.
Vermes!
Impedidos vão exercer outra função,
Corregedoria
vista grossa a corporação.
Opção
de lazer, opressão apavora,
Lixo,
reproduzido polícia 24 horas.
A
impressão é que estamos sitiados,
Até
o caveirão circula no nosso bairro,
Canil,
fuzil, batalhão carreata,
A
burguesia conspira, mas a polícia que mata.
No
Rota comando, Conte Lopes ameaça,
Nos
guetos, nas valas é ossada ou é carcaça.
Corpos
estirados no chão, direitos humanos na mão,
“Quem
policia a polícia” não é o “pacato cidadão”.
O
racista ironiza “mania de perseguição”
Tiro
na nuca não significa resistir à prisão,
É
um projeto de extermínio à população... PRETA!
Pleno
de sermos mortos, a cada esquina uma contagem de corpos,
Plenos
de sermos frágeis trincam como vidros humanos descartáveis,
Plena
cidadania, plena democracia, plena hipocrisia,
Plena
demagogia, Plena cidadania, plena democracia,
Plena
hipocrisia, plena demagogia...
Em
plena democracia do estado de direito,
Nosso
povo é massacrado e permanece o desespero.
Confinados
nos extremos e sem perspectivas,
Milhares
de jovens pretos assassinados pela polícia.
Política
racista, periferias vigiadas,
Vários
bairros e varias tretas, famílias despejadas,
Favelas
ocupadas, encurraladas pela polícia.
Projeto
na cracolândia revela a nova eugenia.
Agora,
agora me diga, o que isso significa,
A
expressão penal do estado genocida, capitalista,
Que
mantém a opressão, que degrada o trabalho explorando nossos irmãos.
Qual
a conclusão, controle da população,
Da
classe trabalhadora que não resiste à opressão,
Estado
democrático de direito penal,
Democracia
que assassina em prol do kapital.
Desemprego,
racismo fome, miséria social,
A
face genocida intrínseca ao kapital.
Não
basta integração na sociedade de classes,
Não
basta cotas nas universidades,
Não
adianta acreditar nesses partidos políticos,
Fantasmas
vermelhos hip hop contra o genocídio.
Pleno
de sermos mortos, a cada esquina uma contagem de corpos,
Plenos
de sermos frágeis trincam como vidros humanos descartáveis,
Plena
cidadania, plena democracia, plena hipocrisia,
Plena
demagogia, Plena cidadania, plena democracia, plena hipocrisia, plena
demagogia...
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