Rapper Pirata, conhecido por sua atuação incisiva nas questões sociais, recentemente participou da audiência do Orçamento da Cidade de São Paulo para 2025, onde fez um discurso contundente na Câmara Municipal. Sua fala não apenas destacou a falta de diálogo entre a administração pública e a sociedade civil, mas também criticou a forma como o orçamento da cidade é elaborado, especialmente em relação à periferia.
Análise do Discurso e Contexto Atual
Gargalos no Orçamento
Pirata começou sua intervenção ressaltando que a presença significativa de pessoas na audiência era um indicativo claro de um "gargalo" na comunicação entre a prefeitura e os cidadãos. Ele enfatizou que a participação popular no orçamento é fundamental, mas atualmente se apresenta como um "orçamento cidadão virtual", desconectado das reais necessidades da população que paga altos impostos. "A cidade de São Paulo está usando uma estratégia arriscada ao retirar recursos do fundo das dívidas, o que pode resultar em problemas financeiros futuros", alertou.
Privatizações e Gestão Financeira
O rapper também criticou a privatização da Sabesp, questionando a lógica por trás de tais decisões. Ele mencionou que enquanto o prefeito se opõe à privatização da Enel, a Sabesp segue sob esse modelo, o que levanta sérias dúvidas sobre a gestão dos recursos públicos. "Entram 3 bilhões de reais no fundo de saneamento, mas onde está o restante desse dinheiro? Precisamos de transparência", afirmou, pedindo uma audiência pública específica sobre cultura2.
Cultura e Acesso à Produção
Um dos pontos mais impactantes do discurso foi sua crítica ao direcionamento do orçamento cultural para o setor audiovisual, que segundo ele, beneficia majoritariamente a classe média alta. "A cultura desde 2020 está na mão do audiovisual e quem realmente precisa de apoio na periferia não tem acesso", destacou Pirata. Ele reivindicou uma reavaliação do orçamento para garantir que os projetos da periferia tenham espaço e financiamento adequados. "Não queremos apenas consumir filmes; queremos produzir", enfatizou