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domingo, 24 de fevereiro de 2013
Uma Lei Horizontal Para Um Coordenador Vertical
MIGUEL ANGELO
Na última sexta-feira (22/02) o Fórum de Hip Hop Municipal – SP se sentou com a UJS (?
), SEPPIR, Secretaria de Cultura e a Coordenadoria da Juventude para “afinar” aspectos
cruciais para a realização da Semana de Hip Hop – 2013. Nada de novo do front, o velho Marx continua tendo razão, o estado segue sendo nada mais nada menos que um grande comitê para gerenciar os negócios da burguesia. Aliás, ela continua com sua linguagem respeitável, hipocritamente moderada e virtuosamente corriqueira.
Em detrimento de nosso projeto que para além do combate ao racismo e estigmatizarão
da periferia visa à politização dos nossos, o nosso excelentíssimo senhor Coordenador da
Juventude Gabriel Medina insiste na postura Stalinista. Na proposta enviada pelo Fórum
apresentamos uma série de debates que visam, além de discutir problemas que estão no dia- a-dia da periferia, contar a história do país através do RAP. Ao invés de discutimos a invasão portuguesa o poder público quer relançar o livro Perifeminas, trabalho admirável, diga-se de passagem, porém lançado a pouco menos de um mês e com ampla divulgação (matéria com mais de 5 minutos na Globo por exemplo). Logo, nossa proposta é que precisa se adaptar (ou vai para o Gulag) correndo-se o risco de perdemos a lógica cronológica de um trabalho construído horizontalmente com a sociedade civil, e não por uma equipe de burocratas politicalheiros. O poder público, na figura do mesmo Gabriel Medina, optou por adaptar a programação da Semana à já existente no CCJ. Porém veja o diz a Lei nº 13.924, de 22 de novembro de 2004 (Regulamentada pela Lei Municipal 14485/2007: Artigo 7°, inciso LIX);
“Art. 2º Os Poderes Executivo e Legislativo envidarão esforços no sentido de
colaborar com os representantes do Movimento Hip Hop e organizações não-
governamentais que tratam da luta anti-racismo, na organização e realização das
atividades que compõem a Semana.”
Oh claro, irão dizer que “envidarão” não deixa claro a questão (mesmo que
a palavra “afinco” apareça na tal invitare, original do Latim). Pois então para
participar da democracia burguesa nós ainda precisamos decorar o dicionário
etimológico? Magnífico! Vamos orientar nossos manos que colocam o almoço
embaixo da blusa no mercado a comprar o tal Dicionário Etimológico de Língua
Portuguesa Antônio Geraldo da Cunha, são apenas 6 parcelas de R$ 11,24 nas
Lojas Americanas! Enfim, ai está à fórmula para a emancipação!
A alternativa ao supracitado era buscar outro local, já que os políticos não sabem nem ao
menos negociar (ou fingem não saber por na verdade estarem favorecendo cabos eleitorais do
PT disfarçados de movimento Hip Hop?) e não postergar o debate.
Um Grande Show, Quem Sabe Um Dia Vereador?
“Os impostos são a base econômica da máquina governamental e nada mais”.
Marx, Karl (Comentários À Margem do Programa do Partido Operário Alemão)
Com a desculpa de dar visibilidade à Semana e aumentar seu orçamento ano a ano, o
poder público pretende “remanejar” os recursos de ações na periferia, parte das oficinas de
formação e Workshops propostos, para a realização de uma série de batalhas dos quatro
elementos na região central da cidade. Um “Grande Show” (com GOG, Thaíde, Sharon Line e companhia) também ocorrerá no centro da cidade. O tal “Grande Show” terá financiamento direto da Secretaria da Cultura, cuja representante não soube dizer nem ao menos a estimativa do custo.
Hum...vamos consultar a lei da Semana novamente;
“ Art. 3º As despesas decorrentes da execução desta lei correrão por conta das
dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.”
Logo, é obrigação da Prefeitura por meio de suas Secretarias
disporem de dinheiro e infraestrutura.
Ok, a Secretaria de Cultura está suplementando o orçamento, direito e não favor. Porém,
precisamos refletir essa questão com calma;
1. Não há dinheiro para realizar parte das oficinas e workshops na periferia
2. Há dinheiro para manter estruturas por mais de um dia no centro para um “Grande
Show” e algumas batalhas 3. A Secretaria de Cultura tem todas as informações sobre as tal ação de visibilidade no centro, mas não faz ideia de quanto vai gastar.
Em linhas gerais, querem a legitimidade por parte de uma classe média reacionária, um
negócio para inglês ver (é possível imaginar eles confabulando sobre os salários, juro do
dinheiro e lucros das reservas altíssimos de suas colônias; “nunca mais voltaremos para a
metrópole!”), e ao mesmo tempo transformar um trabalho suado de quase uma década em
um Pão e Circo, sem a crise da república os demagogos atacam novamente.
Desculpe-me, Hoje Sou Ponto Gov
“Sou um branquinho classe média que fez uma opção de classe”
Gabriel Medina (frase proferida em reunião com o Fórum de Hip Hop
logo após assumir a Coordenadoria da Juventude)
É inegável a violência institucional exercida por policiais que constituem grupos de extermínio contra a juventude negra, pobre e periférica, pois se sabe que em parte alguma a burguesia se contenta em utilizar apenas a polícia e exércitos oficiais para nos conter (eles descobriram isso através de dados ou de Trotsky, nós vivemos isso dia pós dia). Ainda assim, os termos Estado, Polícia, Grupos de Extermínio e Genocídio foram impedidos de estar na divulgação da Semana, ou seja, os hipócritas clamam contra o estado, realizam clientelismo barato com os movimentos sociais, estão nos atos, levantam bandeiras e não poupam discursos. Após as eleições, uma epidemia de amnésia varre os eleitos, indicados e etc e tal. Esperar o que dos filhos da política do governo provincial de 1871?
Ora Medina, coloque logo sua camisa negra e comece a bradar que você está combatendo o
bolchevismo; “Ou nos entregam o governo ou nós o tomaremos marchando sobre Roma!”.
A afirmação de Marx de que toda a luta de classes é uma luta política é inegável. É nós por nós, e não é um Playboy que vai atropelar uma das mais significativas conquistas do povo pobre, negro e periférico nos últimos 10 anos na Cidade de São Paulo. A Semana de Hip Hop é um instrumento para combater o mito do “encontro das três raças”, e os conceitos de mestiçagem e democracia racial e não mais espetáculo derivado da morfina.
FORÚM DE HIP HOP MUNICIPAL - SP
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
O QUE QUEREMOS E ESPERAMOS DA SEMANA DO HIP HOP 2013
Nando
Comunista (Rapper, Educador e Sociólogo) /Integrante do Fórum HIp
Hop Municipal – SP / Força Ativa
Passados quase trinta anos de existência do Movimento Hip Hop Paulistano a situação dos jovens indígenas, pretos, periféricos e favelados continua em desvantagem em relação à juventude burguesa e de classe média. Cerca de 8 mil jovens são eliminados anualmente na sociedade brasileira, em meio aos gritos de penas rígidas e redução da
idade penal, dos setores conservadores e midiáticos. A polícia militar continua a exterminar os jovens em todo o Estado Paulista, principalmente no município de São Paulo. E qual foi atitude do governo federal, fornecer aparato policial. Em nenhum momento o ministro José Eduardo Cardoso falou em garantia dos direitos humanos,
políticas de redução da miséria ou mesmo combate ao narcotráfico.
Assistimos diariamente a eliminação dos nossos irmãos e amigos, os quais são executados pelas polícias militares e civis, conjuntamente com os mecanismos de controle, drogas legais e ilegais, igrejas, festas, bailes entre outros.
Estamos diariamente lutando contra o Genocídio, extermínio e eliminação física da juventude que desprezada pelo Estado Penal tenta se inserir em empregos, acessar as fontes de cultura, lazer, entretenimento, profissionalização, serviços de saúde, assistência
social e outras formas de realização da plenitude humana.
O Fórum Hip Hop Municipal -SP luta pela invisibilidade dos jovens, em
especial os cercas de 1000 assassinados em São Paulo, somente em 2012,
esses jovens tem cor, um estereótipo de meliante segundo a polícia fundada na teoria de Nina Rodrigues e um endereço: as ruas, as favelas e a periferia em geral.
Afirmamos a materialidade da vida enquanto patrimônio da humanidade e não apenas de uma minoria privilegiada ou escolhida. E queremos que o Estado Brasileiro nos seus três níveis de governo (Municipal, Estadual e Federal) ratifique o artigo 227 da Constituição Brasileira de 1988, modificado pela emenda constitucional 65, a qual estabelece que a juventude é PRIORIDADE:
“Art. 227 É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à
criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito
à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e
à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de
toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão.
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da
criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de
entidades não governamentais, mediante políticas específicas...
Logo almejamos que da Semana de Hip Hop 2013 os governos dignem-se em:
1. Desmilitarizar a Polícia Militar e extinguir da Rota Comando;
2. Responsabilização do Governador do Estado de São Paulo Geraldo
Alckmin por crimes contra os Direitos Humanos e de Genocídio da
Juventude;
3.
Formular, Implementar e executar em nível municipal do
Plano
Nacional do Enfrentamento da Violência contra a Juventude Negra da
Secretaria de Geral da Presidência (Governo federal);
Nacional do Enfrentamento da Violência contra a Juventude Negra da
Secretaria de Geral da Presidência (Governo federal);
4.
Implementar o Programa Nacional de Segurança Pública com
Cidadania
– PRONASCI, na Cidade de São Paulo;
– PRONASCI, na Cidade de São Paulo;
5.
Criar uma Agenda de Enfrentamento da Violência Contra a Juventude
Negra;
6.
Realizar uma Campanha Municipal contra o Genocídio da
Juventude
Negra, Indígena e periférica;
Negra, Indígena e periférica;
7. Promover a entrega do Prêmio Sabotage às posses, organizações
comunitárias e agrupamentos de Hip Hop que fazem trabalho
antirracismo..
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