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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Alguns apontamentos sobre racismo e luta de classes

Por Wellington Lopes Goes ativista do Coletivo de Esquerda Força Ativa, Rapper do grupo Fantasmas Vermelhos e Cientista Social.

Segundo Marx “[...] A descoberta de ouro e prata na América, a extirpação, escravização e sepultamento, nas minas, da população nativa, o início da conquista e saque das Índias Orientais, a transformação da África num campo para a caça comercial aos [pretos], assinalaram a aurora da produção capitalista. Estes antecedentes idílicos constituem o principal impulso da acumulação primitiva (Marx: O Capital, Vol. I) [...].

“Uma revolução sem os pretos e pretas, no caso brasileiro é uma revolução que já nasce morta.” 

Não tratamos o racismo de forma isolada dos outros conflitos sociais e formas opressiva dessa sociedade, muito pelo contrário, assim como não partimos do indivíduo isolado, atomizado, entendemos que o ser social está inserido em múltiplas relações e que na sociedade capitalista este ser se constitui cada vez mais preso no seu próprio individualismo e no egoísmo típico dos valores consagrados do capital.


Mas ao tentarmos compreender a nossa realidade, enquanto população preta requer um esforço onde a chave está na formação social do Brasil, fora do campo das teses consagradas que fizeram análises do Brasil com o referencial “eurocêntrico”, reducionista ou até mesmo mecanicista, tendo como espelho a luta de classes na Europa, parte de uma suposta esquerda e de sua própria intelectualidade não conseguiram compreender a dinâmica das lutas de classes no Brasil, tendo como foco a industrialização, fazendo uma leitura separada da escravização do povo africano na América e sem relacionar com o capitalismo impulsionado na Europa por meio da colonização.


Fazer o combate a essas teses consagradas, (grande parte seguindo orientação da III Internacional Stalinista) e não cair em modelos epistêmicos requer partir do referencial da“*via colonial”, o caminho específico do Brasil para o capitalismo, entendendo-o sobre diferentes aspectos:
  1. Como que os mais de três séculos de escravidão estiveram ligados com o processo de acumulação primitiva do Capital?
  2. Como que Internamento o Brasil foi se organizando para deixar os africanos libertos fora do processo produtivo, quando resolve abolir a escravidão na condição de ultimo país e aos poucos vai implementando o trabalho assalariado?
  3. Fazer análise imanente do racismo enquanto determinação social do capitalismo recuperando os seus nexos causais.  

Partindo desta análise temos condições de entender qual o papel do racismo nesta sociedade e os efeitos que este produz, entendemos o racismo como determinação social da própria constituição do Capital, portanto, produção da sociedade capitalista e não natural em todas as sociedades.


Trabalhamos para a superação do antagonismo entre as classes e entre classe trabalhadora e racismo, uma vez que só o trabalhador pode afirmar o gênero humano, por tanto a emancipação pressupõe, antes de tudo, o rompimento da alienação e do estranhamento do ser para com o próprio ser, sendo assim, o racismo se enquadra nas barreiras criadas pelo capital que limita qualquer tipo de projeto unificado no sentido de trazer para o centro a afirmação da “humanidade sofredora” (Marx: Manuscritos Econômico-Filosóficos), neste sentido fica a tarefa de quem luta pela emancipação humana o combate ao racismo, logo a luta contra o racismo deve ter como norte a emancipação humana.





* O referencial da “via colonial” foi sugerido por Chasin no livro sobre o “Integralismo de Plínio Salgado”, onde o autor traz a necessidade de entender qual o caminho trilhado pelo Brasil para a constituição do “verdadeiro capitalismo”. Ver também “A miséria brasileira”.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

SECRETARIA MUNICIPAL DA (DES) IGUALDADE RACIAL E O MÊS DA JUVENTUDE

Nando Comunista

 Mês da Juventude, desde 2010, por meio da Emenda Constitucional 65, o JOVEM se tornou prioridade absoluta. O artigo 227 da CF.1988, dispõe dentre outras coisas que "É dever da  família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao JOVEM com  absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à  profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão".


"§ 1º - O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de entidades não governamentais, mediante políticas específicas e obedecendo aos seguintes preceitos: II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as formas de discriminação. III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola; VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas afins". Embora toda a GARANTIA que deveria ser assegurada, a realidade nos distritos longínquos da maior metrópole da América Latina, com orçamento em cerca de 50 bilhões e no estado mais rico da federação com orçamento de 189 bilhões de Reais, a situação do jovem é degradante. Em meio a uma política deliberada baseada ainda nos Bandeirantes, nos tempos das Entradas e Bandeiras, grande parte dos 50 milhões de jovens vem sendo eliminada, nos termos do cientificismo e eugenia originado no século XIX. Em pleno mês da JUVENTUDE não temos o que comemorar, porque uma parte significativa dos nossos jovens estão sendo alvo da política Bandeirantes. E para o nosso espanto a Secretaria Municipal em vez de discutir a formulação do PLANO MUNICIPAL do ENFRENTAMENTO da VIOLÊNCIA CONTRA a JUVENTUDE PRETA, POBRE e PERIFÉRICA, estavam os seus chefes COMEMORANDO. Talvez a Secretaria Municipal Para Igualdade Racial esteja comemorando as mortes e prisões dos rapazes e meninas, que são rotineiramente sodomizados pelo Estado. Jovens de ambos os sexos com idade entre 15 e 29 anos são o alvos das mortes, cerca de 54 mil anuais, de contágio por HIV-AIDS, parada cardio-respiratórias por inalante (LANÇA-PERFUME), das INTERNAÇÕES NA FEBEM/CASA medidas socioeducativas, das prisões, do desemprego, da baixa escolaridade, da violência doméstica, de assassinatos pelos parceiros e da mortalidade materna. A referida secretaria em seu relatório de atividades não faz sequer menção sobre o Genocídio de meninos e meninas na cidade de São paulo. Não tem programas de combate a violência, até o momento não escreveu uma linha sobre o Plano Municipal de Enfrentamento da Violência Contra a Juventude Negra. Não discute políticas de acesso a educação dos jovens pretos que estão na Fundação Casa e presídios, pois 60% são de pretos. Não tem nada sobre emprego decente, formação técnico-profissional. Na área da saúde, nada sobre combate à AIDS-DST'S ou violência contra a mulher no parto. Esta secretaria é totalmente omissa no que diz respeito a população negra. E os caras da SEMPIR fazendo show no Anhangabaú torrando mais de 500 mil, fazendo Marketing Político e campanha eleitoral. Essa SECRETARIA PARA IGUALDADE RACIAL É UMA VERGONHA: Abaixo o secretário Toninho (Antonio Pinto); o secretário adjunto Pestana (Maurício Pestana) e o chefe de gabinete Markão DMN (Marco Antonio da Silva)!!!


A IMPORTANCIA DA CULTURA NA SOCIEDADE PAULISTANA

PROPOSTA PARA ELABORAÇÃO DO MÊS DE HIP HOP 2024

RESPOSTA DA SECRETARIA DA CULTURA REFERENTE O MÊS DE HIP HOP 2023

ESPORTE BREAKING COM POLÍTICA PÚBLICA

Plano de negócios para umempreendimento de Breaking

POLITICAS DE HIP HOP SP

DROGRA JWH-18 K

DROGADIÇÃO

CONFERÊNCIA LIVRE POPULAR DOS MOVIMENTOS CULTURAIS SP