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quinta-feira, 25 de maio de 2006

ATA XIX Encontro Fórum “Hip Hop e o Poder Público Municipal”

ATA XIX Encontro Fórum “Hip Hop e o Poder Público Municipal”

Aos dias dezoito dias do mês de maio do ano dois mil e seis, às dezenove horas na sede da Coordenadoria da Juventude do Município de São Paulo, situada na rua Líbero Badaró, 119, reuniram-se, os integrantes do fórum “Hip Hop e o Poder Público Municipal”, sob a coordenação de Djalma Lopes Góes, Estagiário da Coordenadoria da Juventude, o qual fez a leitura da pauta e iniciou as discussões item por item:
A) Realizou a leitura dos seguintes documentos:
a) Objetivos do Fórum “Hip Hop e o Poder Público Municipal”;
b) Regras de Comunicação
B) Virada Cultural
Fórum “Hip Hop e a Virada Cultural”
(Centro de Cidadania da Juventude)

1. O Fórum “Hip Hop e o Poder Público Municipal”
O Fórum “Hip Hop e o Poder Público Municipal” é um espaço aberto de diálogo entre posses, grupos e integrantes do movimento Hip Hop da cidade e o Poder Público de São Paulo.
Desde agosto de 2005, o fórum, representado por mais de trinta coletivos de Hip Hop de diversas regiões da cidade, e pela Coordenadoria de Juventude, ligada à Secretaria Especial de Participação e Parceria da Prefeitura de São Paulo, tem se reunido para discutir políticas públicas de juventude a partir das demandas do Movimento Hip Hop. O fórum tem por objetivo, por tanto:
1. Aproximar os jovens do movimento Hip Hop e o Poder Público;
2. Criar canais de diálogo ao interior do movimento;
3. Apresentar projetos estratégicos para as Secretarias que possam contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas que estejam em sintonia com as preocupações do movimento Hip Hop.
4. Difundir o movimento Hip Hop
2. Justificativa de Participação na “Virada Cultural”
Considera-se de grande importância a manutenção de um canal de comunicação entre o Fórum “Hip Hop e o Poder Público Municipal”, o Centro de Cidadania da Juventude e a Secretaria de Cultura, representando a administração pública, levando em conta a necessidade de investimento e projetos voltados à juventude paulistana.
O Centro de Cidadania da Juventude assume importante papel de mediar e reforçar o protagonismo juvenil ao incorporar em suas atividades ações e projetos elaborados pela juventude. O CCJ, possibilita o encontro dessa juventude com as mais variadas formas de expressões artísticas e culturais. A primeira experiência de democratização e acesso ao patrimônio cultural popular e erudito.
Por tanto, a Virada Cultural realizará o encontro de representantes da Secretaria de Cultura com representantes da juventude da periferia da cidade, por meio de apresentações artísticas dos quatro elementos do Hip Hop, incluindo os jovens da periferia num espaço de referência de juventude e cidadania.
De um modo geral, pode-se dizer que a Virada Cultural é o passo inicial para a divulgação e continuidade do Fórum como um novo espaço transversal de interlocução, não só de lazer e entretenimento, mas também de articulação e construção efetiva de Políticas Públicas do Município, inclusive referendando ao Poder Público que a Virada Cultural se constitua numa Política Pública Permanente.
3. Objetivo do Evento
· Apresentar ao público interessado, conhecimentos essenciais para entender esse complexo movimento de jovens e as suas propostas políticas e ações sociais, baseadas nos quatro elementos que compõem o Hip Hop: MC, DJ, Break e Graffiti.
· Demonstrar um panorama do Hip Hop (sua história e suas principais formas de manifestação) e sugestões de como iniciar um diálogo concreto com o movimento, através de projetos, parcerias, projetos de lei e demais modalidades de atuação conjunta.
4. Infra-estrutura e Equipamentos
Os custos do evento, pagamento de artistas, transporte de material e equipamentos correrão por conta da Secretaria de Cultura por meio de contrato.
A infra-estrutura, equipamento, montagem e desmontagem de palcos e cenários estão a cargo do Anhembi nos horários designados.
Solicitamos à direção do Centro de Cidadania da Juventude fornecimento de 150 (cento e cinqüenta) kit lanche, dois micro-sistem e acomodação (camarim) para os artistas.
5. Equipe de Produção
Produção Executiva: “Fórum Hip Hop e o Poder Público Municipal” & “Políticas de Juventude” Produções
E-mail: forum_hiphop_sp@yahoo.com.br
Telefone: 3113-9730
Produtor Responsável: Alexandre Ricardo (Xdee)
E-mail: xdee@bol.com.br
Telefone: 9257-5064

Andre Luiz dos Santos (Rapper Pirata)
E-mail: rapperpirata@pop.com.br
Telefone: 8216-2160
6. Programação das Atividades

PROGRAMAÇÃO

VIRADA CULTURAL VIVÊNCIA

Zona Norte HORÁRIO Show Artístico – Performance dos Quatro Elementos DURAÇÃO Local.

Centro de Cidadania 12h, 15' Abertura Arena
da Juventude 12, 40' Happening:
Dia 21/05/2006 12h, 40' DJ’s 5 Recepção
12h, 45' MC’s 5
12h, 50' Break 5
12h, 55' Graffiti 120 Area Livre
13h Palestra Informativa : Luiz Lobato 40 Anfiteatro
13h, 50' DJ's Performance Arena
13h, 50' Batalha de DJ's: Soares X Nasga, Jerry X Edy 10
14h Batalha de MC’s Arena
14h Freestyle: Tito ( Fantasmas Vermelhos) x Guilherme 10
14h, 10' Beat Box 10
14h, 25' Batalha de B.Boys e B. Girls Arena
14h, 25' Elétricos Break x Crew da Região 10
14h, 35' Jabaquara Breakers X Crew da Região 10
14h, 45' Graffiti Arena
14h, 45' Sti Crew, Obsessão Eterna e Sem Destino 5
14h, 50' Grafiiti Estilos e Letras 5
15h Show Artístico Arena
1º Ato
15h MC’s: Impacto Oeste 15
15h, 15' DJ: Zulu 10
15h, 25' Break: Elétricos Break 15
2º Ato Arena
15h, 40' MC’s: Discípulos do Gueto 15
15h, 55' DJ: Nasga 10
16h, 05' Break: Elétricos Break 15
3º Ato Arena
16h, 20' MC’s: Subsolo 15
16h, 35' DJ: Soares 10
16h, 45' Break: Elétricos Break 15
17h Graffiti: Jhonny 5
4º Ato Arena
17h, 05' MC’s: Rapper Pirata 15
17h, 20' DJ: Jerry 10
17h, 30' Break: Elétricos Break 15
17h, 45' Encerramento 10 Arena
17h, 55' Encerramento Geral das Atividades

D) Encerramento
Djalma deu por encerrado os trabalhos na ocasião foi deliberado a data de 29 de maio de 2006 às 19 horas para o próximo encontro do Fórum “Hip Hop e Pode Público Municipal” na Secretaria Especial de Participação e Parceria.

ATA XVIII Encontro Fórum “Hip Hop e o Poder Público Municipal”

ATA XVIII Encontro Fórum “Hip Hop e o Poder Público Municipal”

Aos dias do mês de maio do ano dois mil e seis, às dezenove horas na sede da Coordenadoria da Juventude do Município de São Paulo, situada na rua Líbero Badaró, 119, reuniram-se, os integrantes do fórum “Hip Hop e o Poder Público Municipal”, sob a coordenação de Djalma Lopes Góes, Estagiário da Coordenadoria da Juventude, o qual fez a leitura da pauta e iniciou as discussões item por item:
A) Realizou a leitura dos seguintes documentos:
a) Objetivos do Fórum “Hip Hop e o Poder Público Municipal”;
b) Regras de Comunicação
B) Organização do Fórum;
a) Núcleo Regionais de Hip Hop:
Realizou proposta de compor Núcleos Regionais de Hip Hop, Leste I e II, Sul I e II, Norte, Oeste e Centro, com reuniões itinerantes. Visualizou-se três momentos, Organização: fase de mapeamento e cadastramento dos grupos de Hip Hop; Ação: realização de atividades dos quatro elementos do Hip Hip frente ao governo local focado na discussão de Políticas Públicas de Juventude; Encontros do Fórum regionalizados do Fórum e não do Núcleo de forma a não fragmentar nem compartimentalizar o Fórum.
Houve muitas dúvidas e confusão referente aos Núcleos Regionais. Logo deliberou-se pelo ampliação do assunto e discussão nos próximos encontro do Fórum.
C) Moção de Censura e de Urgência
Referente a este tema foram lida e aprovadas as moções. A de Censura foi aprovada na íntegra; a de urgência foi apresentada apenas um pouco do que seria a moção de urgência e que o texto final será apresentado no próximo encontro do Fórum.
Foram das propostas para circulação da moção por e-mail, jornais, rádios comunitárias, espaços públicos e comunitários, Sites, Blogs e e-grupos.

MOÇÃO DE CENSURA AOS REPRESENTANTES DO GOVERNO MUNICIPAL
UM “DIALOGO” PÚBLICO
O diálogo do Poder Público Municipal com integrantes do Movimento Hip Hop é um fato que precisa ser valorizado, pois, dá sentido ao avanço da democracia participativa na cidade, algo que vai além de partidos e interesses excludentes.
Com esse saber, o Movimento Hip Hop buscou junto à administração municipal, fazer um diálogo que resulte em indicadores e propostas de políticas públicas para a juventude Paulistana, representada por Secretários e Subprefeitos.
Mas, a ausência do Poder Oficial no debate realizado no dia 25 de março de 2006, às 15 horas, na sala Paissandu, Galeria Olido, Rua São João, 473, causou uma grande frustração nas pessoas presentes. A imagem de desrespeito com os interesses das Políticas Públicas de Juventude, com o Hip Hop e com os/as jovens da periferia acabou aprofundando, principalmente pela confirmação antecipada da presença de representantes das Secretarias de Cultura, do Trabalho, de Participação e Parceria e dos SubPrefeitos de Itaquera, Penha e Ermelino Matarazzo.
A Prefeitura, representada pelos convidados, nem teve a preocupação de mandar assessores, representantes, secretárias, ajudantes, seja quem for, para justificar a ausência e servir ao menos de mensageiros das idéias e interesses nesses espaços gerados.
Todos os que estavam no auditório queriam discutir, conhecer e participar das ações destas Secretarias e Subprefeituras. Foi um momento propício de mostrar ao Movimento Hip Hop de base e à juventude paulistana, quais eram as ações da administração municipal, sobre as políticas, programas e projetos estratégicos, que não são de conhecimento da sociedade, passando desapercebidas mesmo as ações qualitativas.
Como a Prefeitura da principal cidade da América Latina, pode ser representada por uma assessoria voluntária, como a colombiana Keyllen Nieto? Ela fez parte da equipe da Coordenadoria de Juventude como mediadora do Fórum “Hip Hop e o Poder Público Municipal”, só que o então Secretário de Participação e Parceria, Gilberto Natalini também estava ausente, pessoa que teria muito mais representatividade e legitimidade para apresentar os posicionamentos de tal órgão público, principalmente sobre a forma em que se dá a participação e parceria dos jovens com o governo municipal.
Entendemos a importância da Coordenadoria da Juventude com a implantação do Fórum “Hip Hop e o Poder Público Municipal”, mas nós não queremos dedicar este espaço para discutir estrutura para shows, oficinas e eventos. Estamos reivindicando o direito e a necessidade de se estabelecer um diálogo para atuarmos na medida do possível, por meio de encontros temáticos, bate-papos e debates, na construção de Políticas Públicas voltadas para os jovens da cidade em suas diversas regiões e Subprefeituras da cidade, sob o olhar de quem mora ali e pretende construir possibilidades conjuntas de melhorar a nossa realidade.
Nós continuaremos a fazer a nossa parte do outro lado do diálogo. Esperamos que os representantes da Prefeitura da cidade de São Paulo percebam a importância do anterior diálogo, e não fiquem trancados dentro de suas salas esperando a próxima administração assumir tais tarefas, sem terem nada para apresentar à população que demanda atenção sincera e respeito com os processos construídos com muito esforço pela comunidade jovem do Hip Hop em conjunto com uma gestão competente, honesta, democrática como a da Coordenadora Geral, Luciana Guimarães.
Portanto,
SE FAZ URGENTE, EM PRIMEIRO LUGAR,
A NOMEAÇÃO DOS INTERLOCUTORES (COORDENADOR GERAL E ASSESSORES)
VÁLIDOS NA COORDENADORIA DA JUVENTUDE,
E POR FIM, ENCERRAR ESTA ETAPA DE TRANSIÇÃO
QUE JÁ SE PROLONGOU O BASTANTE (grifo nosso).
Apreciamos a sua amável atenção e esperamos contar com a sua pronta resposta às nossas inquietudes.


MOÇÃO DE URGÊNCIA

Prezados Vereadores:

Considerando que políticas públicas são ações, serviços, programas e projetos, desenvolvidos pela sociedade, voltadas às necessidades de vida de todos os homens, e que estes têm o direito inalienável de pensar essas ações, propondo e construindo conjuntamente ao poder público – instância esta que tem sentido quando garante a existência do que o seu povo necessita. Atentamos, então, por meio desta, para o fato de que alguns projetos de lei sejam cuidadosamente discutidos no seu tramite, junto ao poder que lhes compete, projetos já legitimados pela Juventude e por nós, o “Fórum Hip Hop e o Poder Público Municipal”, que os têm como importantes ações na consolidação da cidadania e de nosso futuro. Mas, os projetos de Lei que estão parados, embora tenham sido aprovados nas comissões, não entraram na pauta de votação para compor as discussões e projetos da Câmara Municipal de São Paulo.
Senhores Vereadores somos, parte da população da cidade de São Paulo, jovens que vivem em diversos bairros desta cidade, principalmente nas periferias, vivendo em comum, o Movimento Hip Hop, o encontro da arte e do homem em construção. Jovens que questionam suas condições de sobrevivência, muitas vezes, precárias e desassistidos pelo Poder Público (nos seus três níveis de governo – municipal, estadual e federal), no que se refere a nossos direitos básicos. Criamos assim, um espaço para nos valer a voz, em 2005, junto ao Poder Público Municipal, um Fórum permanente que discuti as necessidades desta população jovem e estabelece uma nova relação com o Poder Público como parceiros e interlocutores, realizando arte (através do Hip Hop) junto às Políticas de Juventude.
Os princípios que nos orientam - são eles: a difusão do Hip Hop, a elaboração de Políticas Públicas de Juventude, a inserção do Hip Hop como tema transversal da educação, o combate à discriminação de gênero, a organização de uma agenda do Hip Hop na cidade de São Paulo, o combate da discriminação racial, atuação contra a violência policial e geração de emprego e renda – são eixos fundamentais no direcionamento e organização do diálogo do Movimento Hip Hop com o Poder Público Municipal. E, justamente esse nosso trabalho está ligado diretamente à votação e aprovação dos projetos de leis que clamamos aqui para serem considerados, são projetos de lei importantes e urgentes para o processo que estamos construindo.
Projetos de lei que têm em comum o Movimento Hip Hop, que extrapola o âmbito cultural ao propor a arte como elemento intrínseco na construção de cidadãos.
1. PROJETO DE LEI 20/2005 – CÂMARA
da Veradora Soninha (PT)
“Institui, no Município de São Paulo, o Programa “Vamos Combinar”, voltado à prevenção da gravidez indesejada, de DST/AIDS, e dá outras proviências.
2. PROJETO DE LEI 378/2004 – CÂMARA
do Vereador Beto Custódio (PT)
“ Dispõe sobre a obrigatoriedade de implementação do “Plantão Jovem” em todas as uiidades de saúde do município e dá outras providências.
3. PROJETO DE LEI 651/2005 – CÂMARA
do Vereador Juscelino Gadelha (PSDB)
"Institui no Município de São Paulo o dia do Hip Hop".
4. PROJETO DE LEI 422/04 – CÂMARA
do Vereador Carlos Giannazi (PT)
"Cria na cidade de São Paulo a CASA DO HIP HOP.
5. PROJETO DE LEI 609/2003 – CÂMARA
da Vereadora Claudete Alves (PT)
"AUTORIZA O PODER EXECUTIVO A CRIAR O "PROGRAMA HIP HOP É EDUCAÇÃO", NAS ESCOLAS DA REDE PÚBLICA NA CIDADE DE SÃO PAULO.
6. PROJETO DE LEI 763/03 – CÂMARA
da Vereadora Claudete Alves (PT)
"Cria a "Casa da Cultura Hip Hop - Malcom X" e dá outras providências.
7. PROJETO DE RESOLUÇÃO 8/05 – CÂMARA
da Vereadora Soninha (PT)
Institui o Prêmio "Sabotage", e dá outras providências.
Estas serão leis que possibilitarão ações, através de eventos culturais, infra-estrutura, memória, arte e educação e, a valorização da cultura, através do reconhecimento dos artistas, como temos em diversos outros movimentos, através de prêmios. São ações que não estão dissociadas entre si, uma complementará a outra e, serão parte constitutiva do Movimento Hip Hop de São Paulo (cidade que abriga maior parte de jovens envolvidos com esse movimento no Brasil), possibilitando pela lei o direito à arte, lazer, memória, um lugar de encontro, educação, evento, e reconhecimento. Com isso, urge o andamento destas leis à pauta de discussão dos projetos na Câmara Municipal.
D) Reunião com Secretário de Participação e Parceria
Tirou-se uma comissão de oito representantes do Fórum para compor a comitiva para falar com o Secretário de Participação e Parceria, são eles, Jose Carlos, Ice Boy (Sandro), Afro Yah (Ivanildo), Luiz, Soneca (Jean), Xdee (Alexandre), Nando e Angélica.
ENCONTRO COM O SECRETÁRIO DE PARTICIPAÇÃO E PARCERIA
PAUTA DE DISCUSSÃO
Temática Responsabilidade
1 Calendário de Reuniões GT Comunicação
2 Interlocutores :1. Coordenador Geral2. Assessores Fórum “Hip Hop e o Poder Público Municipal”
3 Moção de Censura GT Comunicação
4 Agenda Municipal do Hip Hop; GT Políticas Públicas
5 Encontros Temáticos: Secretarias do Trabalho, Cultura, Educação, Saúde, Habitação, Participação e Parceria, Subprefeituras. GT Políticas Públicas
6 Agosto Negro; GT Produção
7 Galeria Olido GT de Produção
8 CEU’s; GT Políticas Públicas
9 Projeto Centro de Cidadania da Juventude: 1. Coletânea do fórum;2. Documentários Evento de Lançamento do Fórum;3. DVD performance Break, DJ e Graffiti GT de ProduçãoGT Geração de Renda
10 Virada CulturalParecer referendando a Virada Cultural como Política Permanente (Política de Estado), por meio de lei de iniciativa popular GT Produção / Ger. de Renda


Integrantes dos Grupos de Trabalho
GT Comunicação GT Geração de Renda GT Políticas Públicas GT Produção
Rapper Pirata Ice Boy R Pac Xdee
Tito Jhonny Karen Vanessa
Evandro Nego Testa Carol Nil
Panther Aline Wellington Rogério
Chokito Keyllen Toroka
Afro Yhá Nando Rincon
Afro Dadaê Luiz Weslley
Guina (Agnaldo) Fabiano
Soneca Zulu
Cristiane

CALENDÁRIO DE ENCONTROS DO FÓRUM E GRUPOS DE TRABALHO
Cronograma de Reunião dos Grupos de Trabalho Maio / 2006
Grupos de Trabalho Temática Horário SEG SEG SEG SEG SEG SEX
Sala de Reuniões 01 08 15 22 29 12
Comunicação Moção de Urgência leis em tramitação na Câmara 19h - 21h X X
Geração de Renda Projeto Centro de Cidadania da Juventude 19h - 21h X X
Políticas Públicas Moção de Urgência leis em tramitação na Câmara 17h - 19h X X
Produção Virada Cultural 19h - 21h X X
Geral de GT's Apresentação dos materiais produzidos 17h - 20h X X
GT Representante 17 - 19 X

Representantes GT’s Sala da Coordenadoria 7º Andar
Grupos de Trabalho Temática Horário SEG TER QUA QUI SEX
16 17 18 11 12
Comunicação Rapper Pirata (André) X X X
Produção Xdee (Alexandre) e Rogério X X X
Geração e Renda Jhonny e Aline


Calendário de Reuniões Ordinárias maio/2006 : Auditório
Encontros Quinzenais do Fórum "Hip Hop e o Poder Público Municipal" Horário SEG TER QUA QUI SEX SAB
19h - 22h 2

MAIO DE 2006 Horário SEG TER QUA QUI SEX SAB
19h - 22h 15 17

Horário SEG TER QUA QUI SEX SAB
19h - 22h 29




E) Virada Cultural
O tema da Virada Cultural foi prorrogado para o próximo encontro do Fórum devido a falta de tempo.
F) Informes
Pirata deu informe sobre programa de Rap de uma Rádio Comunitária.
Soneca coletou assinaturas por meio de abaixo-assinado contra a ocupação do exercito brasileiro no Haiti.
D) Encerramento
Djalma deu por encerrado os trabalhos na ocasião foi deliberado a data de 15 de maio de 2006 às 19 horas para o próximo encontro do Fórum “Hip Hop e Pode Público Municipal” na Secretaria Especial de Participação e Parceria.

VITRINE



VITRINE



VITRINE





Um pouco da História do HipHop.


O movimento hip hop é formada pelos seguintes elementos: O rap, o graffiti e o break.
Rap - rhythm and poetry, ou seja, ritmo e poesia, que é a expressão musical-verbal da cultura;
Graffiti - que representa a arte plástica, expressa por desenhos coloridos feitos por graffiteiros, nas ruas das cidades espalhadas pelo mundo;
Break dance - que representa a dança.
Os três elementos juntos compõe a cultura hip hop.
Que muitos dizem que é a "CNN da periferia", ou seja, que o hip hop seria a única forma da periferia, dos guetos expressarem suas dificuldades, suas necessidades de todas classes excluídas...

ELEMENTO FUNDAMENTAL : MC

O DJ tocando e os MCs agitando. Sem “cerimônia”, surge o Mestre
por juny kp! [ out-dez2001]

Hip Hop - com maiúsculas sempre - é o conjunto de quatro formas artísticas distintas chamadas de elementos. Daí a sua complexidade, uma cultura híbrida, sempre em movimento, em evolução constante. Estas formas artísticas foram surgindo no ambiente urbano de Nova York, cidade dos Estados Unidos, na passagem dos anos 60 para os anos 70. O termo foi criado pelo então DJ Afrika Bambaataa, fundador da organização Zulu Nation, referindo-se ao movimento dos quadris.
Mcing / Rap – A arte de rimar. A literatura da Cultura Hip Hop. O canto falado, o elemento oral milenar que nos leva aos cantos tribais, ou ainda aos escravos cantando em plantações. Acreditar que o Rap é homogêneo é tolice. Já se falou de tudo no Rap, contudo, as fases mais marcantes são três:1. o Rap ingênuo, positivo e alegre; 2. O Rap político, contestador, combativo; 3. O Rap Gangsta que reflete o dia-dia da periferia, um mundo repleto de drogas, violência, ostentação e mulheres.
MC - O “rimador”. O MC tem a preocupação de sempre representar a Cultura Hip Hop. Com o crescimento do RAP e o distanciamento da Cultura Hip Hop, o MC passou a se chamar Rapper
Rapper - Pessoa que canta/faz Rap. Hoje o rapper está bastante distante da figura do MC que buscava o entretenimento, a diversão e a energia positiva. Hoje o Rapper está vinculado a luxúria, ostentação de propriedade, violência e drogas, principalmente nos EUA. No Brasil, os envolvidos no Rap ainda “representam” nas suas comunidades de origem.

No Hip Hop foi, de novo, Kool Herc um dos principais “culpados”. Ele convidou um camarada seu para apresentar e comentar as seleções que ele tocava nos bailes. Coke La Rock era o Mestre de Cerimônia (MC) de Kool Herc sempre agitando com frases que se tornaram clássicas como Ya rock and ya don’t stop!, Rock on my mellow! e To the beat y’all!. Alguns afirmam Coke La Rock como o primeiro rapper dentro do Hip Hop.
Outro pioneiro também tinha a sua banca. Grandmaster Flash tinha uma relação inconstante com um grupo de MCs chamado Furious Five (Melle Mel, Kidd Creole, Rahiem, Scorpio e Cowboy). Inconstante porque havia apresentações em que todos os cinco apareciam, em outras, nenhum dava as caras.
Foi Cowboy que criou frases como Throw your hands in the air and wave them like you just don’t care!, Clap your hands to the beat! e Somebody scream!. Quem ouve rap já ouviu algum destes três samples.
Um grupo chamado Sugar Hill Gang, participando de uma jogada do tipo New Kids on the Block, lançaria uma das primeiras (nunca se esqueça de “King Tim III” do Fatback) gravações de música rap em vinil. Explico: Sylvia Robinson, dona do selo Sugar Hill Records teve o faro e montou o grupo, a letra e sampleou o maior sucesso naquele ano de 1979 (“Good Times” do Chic). Tudo isso juntou e deu origem a música “Rapper’s Delight”.
Esta era uma época de inocência. A criação do Hip Hop foi envolvida por uma grande carga de positividade. Não havia a consciência das classes econômicas explícitas nas letras, não havia a indústria, o dinheiro e a mídia. Mas havia Sylvia. Bem ou mal, o selo Sugar Hill abriu o tão bem/mal falado mercado para o Hip Hop.
Run DMC inaugura uma nova etapa – a Nova Escola - no Hip Hop. Tratados e trabalhados como uma banda de rock, seu som era sujo e com atitude, quebrando com a “inocência” até então apresentada.
Descrevo algumas das fases (fora de ordem cronológica) que passaram pela música Rap e contribuíram para a sua importância e seu papel na indústria fonográfica mundial:

Fase Last Poets, Gil Scott-Heron, Watts Poets
Fase ll cool j beastie boys ice t above the law
Fase kool moe dee biz markie kurtis blow
Fase BDP/krs one big daddy kane slick rick public Enemy eric b e rakim epmd third bass
Fase def jam
Fase tommy boy
Fase nwa [todos os trampos solo] geto boys epmd [das efx redman]
Fase Mulheres: Mc shan roxane shanté queen latifah yo yo mc lyte boss tlc salt-n-pepa monie love
Fase miami 2live crew [luke]
Fase hammer/vanilla
Fase so so def jermaine dupri [kriss kross lil bow wow da brat]
Fase native tongues [tribe called quest new leaders de la soul jungle brthers]
Fase dre chronic [snoop, D.O.C.] cypress hill house of pain finkdoobiest
Fase wu tang clan [todos os trampos solo] nas
Fase death row records[dre tupac lady of rage] 91-95
Fase bad boy records puffy [notorious big lil kim mase]
Fase no limit records master p [mia x, mystikal] 95 - 2000
Fase fase roc-a-fella jay z [foxy brown]
Fase cash money records 2000-02
lauryn hill eve missy eliot rah digga trina
Fase dre 2000/01[eminem xzibit snoop]
Gangstarr [guru jazzmataz premier], organized konfuzion, alkaholiks, pharcyde outkast, goodie mob the roots, fugees, mos def, dread prez ja rule, ludacris, nelly, juvenile, Neptunes trackmasters/puffy timbaland organized noise def squad rick rubin marley mal dre master p

PS.: Não se esqueça de pessoas como Last Poets, Gil Scott-Heron, Watts Poets. Eles foram como foi o nosso Jair Rodrigues, fizeram rap, décadas antes de maneira inconsciente. Anteviram o futuro da música e devem ser respeitados e lembrados. Ainda falarei exclusivamente deles quando fizer uma revisão neste texto.

O termo hip hop, alguns dizem que foi criado em meados de 1968 por Afrika Bambaatta. Ele teria se inspirado em dois movimentos cíclicos, ou seja, um deles estava na forma pela qual se transmitia a cultura dos guetos americanos, a outra estava justamente na forma de dançar popular na época, que era saltar (hop) movimentando os quadris (hip)...


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ELEMENTO FUNDAMENTAL : DJ

Kool Herc: “O verdadeiro Culpado”
por juny kp! [ out-dez2001]

Hip Hop - com maiúsculas sempre - é o conjunto de quatro formas artísticas distintas chamadas de elementos. Daí a sua complexidade, uma cultura híbrida, sempre em movimento, em evolução constante. Estas formas artísticas foram surgindo no ambiente urbano de Nova York, cidade dos Estados Unidos, na passagem dos anos 60 para os anos 70. O termo foi criado pelo então DJ Afrika Bambaataa, fundador da organização Zulu Nation, referindo-se ao movimento dos quadris.
Djing/Scratching/Turntablism: Significa não apenas tocar música, mas também manipular e criar novos sons. O termo, criado pelo DJ BABU (Beat Junkies), representa a evolução a que o elemento DJ alcançou na década de 90. Hoje um DJ pode realizar performances apresentando os seus conhecimentos no toca-discos; pode produzir música; pode tocar em bailes e festas; pode tocar para um grupo musical (o rappa, os racionais, limp bizkit são alguns exemplos); ele pode construir novas batidas a partir de vinis (beat juggling); pode, ainda, trabalhar em estações de rádio ou programas especializados em Rap. O DJ/Turntablist se torna então um músico.
DJ: A pessoa que manipula aos toca-discos.

Para o Hip Hop, tudo começou com um DJ. Foi Kool Herc que pensou na utilização de dois toca-discos repetindo o mesmo trecho, que chamamos de breakbeat (batida) de um vinil. Deste modo, o DJ poderia aumentar e controlar o tempo da música o quanto quisesse. É preciso citar 2 nomes importantíssimos no longo trajeto dos disk jóqueis. Na década de 30, John Cage manipulava os fonógrafos (pais dos toca-discos) com a mistura de trechos abstratos criando um ambiente modernista. Na década seguinte temos aquele que é visto como o visionário do que hoje representa o DJ. Pierre Schaeffer, influenciado por Cage, tocava vários toca-discos ao mesmo tempo, criando um novo ambiente sonoro. Ele variava as velocidades, os volumes, repetindo os trechos. Herc inovou ao trabalhar em
cima da batida (break) e ao proporcionar o ambiente de socialização entre as pessoas da sua comunidade.
O jamaicano Kool Herc - influenciado pelo dub, toast e dancehall de seu país de origem, onde caminhões repletos de caixas de som percorriam ruas de Kingston com volumes altíssimos - começou a organizar as chamadas block parties ou house parties, as festinhas (ou brincadeiras) em casa ou nas praças e quintais. É nestas festas que o DJ surge e reina absoluto.
O scratch (movimento que consiste em girar o vinil para frente e para trás com a ponta dos dedos em velocidades variadas) foi criado em 1977, por acaso, pelo DJ Grand Wizard Theodore que disse “Estava ensaiando no meu quarto, quando mamãe veio me chamar. Segurei o disco para poder ouvi-la, ao fazer aquilo percebi um som diferente no fone. Então comecei a praticar em diferentes pontos do disco procurando o melhor efeito.” O scratch ficou nos subúrbios por anos até ser “descoberto” pela massa. Nos dias de hoje, as formas diferentes de se fazer um scratch são incríveis! Sempre haverá alguém que será influenciado e recriará aquilo que já havia. Com isso temos scratches como crab, scribble, baby scratch, tear, chop, transform, the orbit para citar alguns.
Grand Master Flash foi a pessoa que inovou o scratch dando o valor que ele tem hoje e criou o back to back (repetição de uma mesma frase nos dois toca-discos). Flash trouxe a performance, o show. Sempre fuçava nos equipamentos na busca de um novo som, uma nova ferramenta que pudesse utilizar em suas apresentações. Enquanto Kool Herc pouco se dirigia ao público, Flash mixava e alegrava a todos com truques corporais e contorcionismos sobre os toca-discos.
Havia um jovem freqüentador das festas de Herc que completaria o tripé original do Hip Hop. Afrika Bambaataa percebeu que tinha a maioria dos discos que Kool Herc tocava em suas festas. Tomou gosto pela coisa e começou a tocar também. Felizmente Bambaataa tinha horizontes mais amplos e descobriu discos que entraram para a discografia básica da Cultura: Trans-Europe Express do Kraftwerk, Champ do Mohawks, Dance to the Drummer’s Beat de Herman Kelly entre outros. Foi membro de uma das maiores gangues da época a Black Spades que no meio da década de 70 foi desaparecendo, neste meio tempo, os elementos do Hip Hop surgiam e se espalhavam pelos quatro cantos de Nova York preenchendo o espaço das gangues. Em 1974, Afrika funda a Zulu Nation, entidade que luta pela “Paz, União e Diversão”. Após quase 30 anos depois, é possível afirmar que a maior contribuição de Bambaataa dentro da Cultura Hip Hop foi sociológica. Sem desmerecer, é claro, a contribuição musical deixada tanto como MC como quanto DJ.
O poder de unir pessoas é uma das principais virtudes de um DJ. Ele pode comandar o andamento e a evolução de uma festa, se ela está ficando incontrolável, ele pode abrandar; se o ambiente está calmo demais ele pode agitar. Uma das melhores formas de agitar a galera era por meio do diálogo direto com o público, remetendo ao ancestral diálogo do calling and response (chamado e resposta) dos escravos norte-americanos. Frases como Can you feel it?, Say yeah!, Put your hands up in the air!, Rock your body! animavam o público fazendo-os reagir. Até hoje estas frases são sampleadas em músicas e utilizadas nos shows de artistas de todo o mundo.
No início o DJ era o responsável por estas incitações, ele falava, ele fazia o povo se mexer. Com o tempo a coisa foi crescendo, as frases foram ganhando corpo e novas foram sendo criadas, frases que se transformaram em estrofes e depois em letras mais eleboradas. O teor era sempre o de animação, de alegria, uma alegria diria até inocente. E os responsáveis pela composição (o MC) ganhavam mais espaço e iam conquistando o seu espaço ao lado do DJ. Com o passar do tempo eles os responsáveis pela animação do público.
A evolução do DJ levou ao surgimento de vários sub gêneros dentro do elemento DJ. No princípio, a evolução foi naquilo que se podia fazer diretamente com o toca-discos. Foram surgindo técnicas que sempre inovavam e revolucionavam. O scratch, o truques com o corpo, o transforming, o beat juggling.
A tão falada evolução levou a competição. Em 1987 o Disco Mix Club (DMC) organizou o primeiro evento onde os Djs podiam mostrar o que sabiam. Com o passar dos anos, já havia DJs no mundo inteiro, assim como novas competições.
Surgem grupos de DJs magníficos como o Invisibl Skratch Piklz (antes chamado de Rock Steady Crew DJs) formado por D-Styles, Mixmaster Mike, A-Trak, DJ Shortkut, Q-Bert e Yoga Frog. Q-Bert e Mixmaster Mike foram proibidos de participar de competições por inibirem a presenças de outros competidores. Seus horizontes não estavam limitados apenas a performances, mas também a realização de vídeos instrituivos, turnês mundiais de promoção. Eles foram a base para a criação da ITF (International Turntablist Federation), cujo termo Turntablist foi criado pelo DJ BABU dos Beat Junkies. O grupo anunciou sua dissolução pacífica em junho de 2000.
Outro supergrupo é o X-ecutioners (antigo X-Men), formado por Mr Sinista, Roc Raida, Total Eclipse e Rob Swift. Sua marca é a de levar os truques corporais a um outro nível de complexidade.
Fechando a tríade, está o Beat Junkies (J-Rocc, Rhettmatic, Melo-D, Babu). Juntos desde 92, vindos do sul da Califórnia, é uma das poucas equipes com um membro feminino. Ganharam vários títulos no DMC, no Supermen e nas competições da ITF. DJ Cash Money, Supernatural Turntable Artists, Allies (A-Trak, DJ Craze e Infamous) são outros expoentes na Djing. Quanto mais os equipamentos evoluem em tecnologia, mais técnicas inovadoras aparecem.
Com o crescimento da música Rap, grupos são formados e o DJ está presente como a pessoa responsável pela base musical sobre a qual o MC/Rapper vai mostrar suas rimas. Como os músicos, os DJs também tem variadas atividades e papéis.
Podem trabalhar como DJs de turnê, trabalham para um determinado grupo durante sua turnê. Existem os DJs que produzem mixtapes (fitas cassetes contendo músicas mixadas com o toque do DJ que a produziu), estas fitas são disputadas no meio underground e são o melhor meio de divulgação de um DJ desconhecido. Dentre os DJs de grupo consagrados posso citar Terminator X (Public Enemy), DJ Yella (NWA), Jam Master Jay (Run DMC) - repare que são todos grupos da fase de ouro do Rap (final dos 80, início dos 90).
Nos últimos 5 anos, o mercado do Rap é dominado pelos produtores e selos fonográficos e não mais pelos DJs. Daí a necessidade da contratação de um DJ específico para acompanhar nos shows.
Dentre os poucos DJs de peso ainda existentes, DJ Premier (Gangstarr), Dj Uneek (BONE) e DJ Muggs (Cypress Hill) são exemplos claros de artistas que deixaram o papel de mero integrante de um grupo de Rap para também, fazer música. São pessoas que se tornam produtores de seus grupos e de outros artistas. Organizam coletâneas com supervisão pessoal e ganham conceito no meio musical. A capacidade de criar um estilo próprio, um som próprio o leva a romper os limites de mero DJ de grupo. Premier, além de exímio produtor, é um excelente DJ de performance. Seus scratches e colagens são marcos na musicalidade Hip Hop.


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ELEMENTO FUNDAMENTAL : BREAK

Kool Herc intima os BBoys e Bgirls na pista. James Brown olha por nós.
por juny kp! [ out-dez2001]

Hip Hop - com maiúsculas sempre - é o conjunto de quatro formas artísticas distintas chamadas de elementos. Daí a sua complexidade, uma cultura híbrida, sempre em movimento, em evolução constante. Estas formas artísticas foram surgindo no ambiente urbano de Nova York, cidade dos Estados Unidos, na passagem dos anos 60 para os anos 70.
O termo foi criado pelo então DJ Afrika Bambaataa, fundador da organização Zulu Nation, referindo-se ao movimento dos quadris.
Breaking, Bboying, Rocking, Break – estilo surgido na década de 70, criado pelos jovens negros e hispânicos de Nova York (EUA). Composto pelo Up Rock (Brooklyn Rock), Top Rock, Freeze e Footwork.
Popping, Locking, Boogaloo, Eletric Boogaloo – estilos surgidos também na década de 70 só que na costa leste dos EUA (Los Angeles, San Francisco e Bay Area) que se integrou ao Hip Hop no início da década de 80.
BBoy/Bgirl – termo criado pelo pai de todos, DJ Kool Herc, para se referir àqueles que dançavam no break das colagens que fazia em suas festas. O DJ brincava perguntando “Onde estão os BBoys e Bgirls?”. Todos já sabiam que Kool Herc iria construir as batidas para o povo dançar. O nome pegou e hoje representa, de modo genérico, o praticante de todos os estilos do Breaking. Mas que fique claro que BBOY e BGIRL são aqueles que dançam o BBOYING, BREAKING.
Breakdance – Termo lançado pela mídia quando esta dança teve seu boom nos anos 80 nos EUA.

Dança de rua. Dança da Rua, feita na rua, criada na rua, crescida na rua. Depois de muito ler e conversar com muitos fundadores, chego a uma conclusão: Seja Breaking, Bboying, Rocking, Popping, Locking, Boogaloo, Eletric Boogaloo ou outro nome que queiram dar, todos estes estilos são da Rua!
É que sempre rolou uma certa treta entre o povo de Nova York e o povo de Los Angeles sobre quem criou o que, quem faz melhor do que quem e estas desavenças que existem em qualquer lugar do planeta..
Falado isto, me arrisco a dar minha visão sobre como tudo isto foi evoluindo e chegou onde está.
James Brown, o Rei do Soul, está por todos os lados influenciando o Break. Estava na cabeça (e no corpo) dos novaiorquinos no surgimento do BBoying no Brooklyn. Brown criou para “Get on the Good Foot”, uma dança espontânea e elétrica, baseada em subidas e descidas, giros e chutes. Os jovens de periferia pegaram o Good Foot e temperaram com a Rua. Surge o Up Rock no bairro do Brooklyn, um estilo de dança baseado no ataque e defesa, coisa que as gangues de rua da época sabiam muito bem fazer para conquistar mais espaço nas ruas.
Enquanto isso, na Costa Oeste, em cidades como Los Angeles, Fresno, o Popping, o Locking e o Boogaloo estão por toda a parte fazendo milhares de jovens dançarem. E James Brown estava lá, marcando presença mais uma vez. Boogaloo Sam disse que deu o nome de Boogaloo para o estilo que criou por causa da música “Do The Boogaloo” (déc. 50). Como os movimentos que Sam faziam eram muito estranhos, ele chamou de Boogaloo. Os estilos surgidos na Califórnia, que são mais complexos e em maior número, possuem uma dezena de gêneros irmãos que influenciaram e foram influenciados por eles:

Strutting Hitting Floating
Cutting Wacking Punking
Showcasing Ticking Hustle
Animation Voguing Scarecrow
Puppet Waving

Se olharmos para os estilos de Nova York, eles apresentam fortes influências das artes marciais (chinesas), das danças nativas da África e dos EUA e da Capoeira brasileira. São mais combativos e ritualísticos. O próprio Up Rock (Brooklyn Rock) consiste em movimentos de ataque e defesa, representando socos, machadadas, marteladas dentro de uma estrutura de 5 tempos.
O Top Rock (originado no Bronx) tem hoje a função de apresentação, ao entrar na roda o Bboy/Bgirl completo, nunca deixa de apresentar o seu Top Rock, é o cartão de visitas apresentando o seu estilo, só depois ele desce ao chão para executar o Footwork. Quem não apresenta o seu Top Rock e o seu Footwork na roda não pode ser considerado um Bboy/Bgirl completo.
Voltando, o Footwork (conhecido por nós como Sapateado) é o trabalho realizado pelos pés movimentando o corpo circularmente com o apoio das mãos. O Footwork é a base do BBoying. Após sua rotina, o BBoy sempre termina sua entrada com um Freeze (uma congelada). Um Freeze bem feito deve durar pelo menos dois segundos na posição escolhida, como já me disse a lenda Mr Freeze.
Por fim, entram os Moves (movimentos). O giro de cabeça, os saltos, os moinhos de vento, etc. São movimentos influenciados pela ginástica e ginástica olímpica com tempero da Rua. Existe uma grande discussão mundial, sobre o valor real dos Moves. Não há dúvida que um leigo em Hip Hop vai achar um Mortal “melhor” do que um Footwork. Porque o mortal é mais difícil, é mais bonito. O que tem ocorrido é que a última geração de BBoys e Bgirls assitem as fitas de campeonatos e vêem muitos Moves. Na hora de ensaiar, esquecem da base (Up Rock, Top Rock, Footwork) e só ensaiam saltos. Não é conservadorismo da minha parte acreditar que um bom BBoy/BGirl é aquele que é completo, ou pelo menos se esforça para isso. Bem, voltemos a estória da bagaça.
Resumindo, eu diria que Nova York é ritual, combate, força; Los Angeles é Funk, é estética, é corpo.
Mas quem dançava tudo isto? A televisão influenciou muitas pessoas no início da década de 70 com programas como The Big Show, What’s Happening e o Soul Train, (neste último, havia 2 Lockers (Jeffrey Daniel e Shalamar) que faziam parte do elenco fixo junto com o lendário grupo L.A. Lockers. Podería até afirmar que jovens de Nova York foram influenciados por jovens de Los Angeles, engraçado não?
Os fundadores em Nova York não podem ser esquecidos (Nigger Twins; El Dorado; Sasa; Mr. Rock). A primeira geração de equipes quase nunca é citada, pois a maioria dos BBoys e BGirl acham que o BBoying começou com a Rock Steady Crew, o que não é verdade. O portoriquenho Trac 2, lendário membro da equipe Starchild La Rock conta que em 1975-76 já havia gente dançando pelas calçadas do Bronx onde estavam a maioria das equipes e que foram os latinos que mantiveram a chama acesa, pois a maioria dos negros viam o Bboying/Breaking como uma moda e abandonavam a dança logo. Cito algumas equipes desta época e membros de destaque que suavam ouvindo “Apache” e “It’s Just Begun”:
Salsoul Crew (vinnie e off); TBB; Zulu Kings (beaver e robbie-rob);
Rockwell Association (bgirl mama maribel); Floor Lords (manhattan);
Floor Masters (manhattan); Starchild La Rock (trac 2, bos);
BBoys in Action; Yoke City Mob ; Young City Boys (freeze, ken swift);
Crazy Comanders Crew (spy e shorty); KC Crew; Master Plan;

A rivalidade já existia entre estas primeiras formaçãos de BBoys, o bicho pegava entre: Salsoul Crew X Zulu Kings e Starchild La rock X Rockwell Association. Rachas históricos foram travados entre estas equipes.
E as minas? Asia One, Roc-A-Fella, Dandy, Lady Rock, Baby Love, Lady Doze, China, Lisette são as Bgirls que formaram a primeira geração. O tempo passa e muitos Bboys e
Bgirls param, casam, vão para a faculdade e uma nova geração surge. É nos anos 80 que o Bboying se transforma em Breakdance (rótulo midiático). O aparecimento de equipes como Floor Masters, Rock Steady Crew, Dynamic Rockers, Magnificent Breakers e The Brooklyn Dinasty entre outras transformaram positivamente e negativamente o cenário do Hip Hop. Cito alguns deles:
Pontos positivos: A realização de filmes sobre Hip Hop deram oportunidade às equipes como a Rock Steady Crew de percorrer o mundo mostrando o seu trabalho; A exposição destes filmes auxiliou o crescimento do Rap, já que sempre eram mostrados os 4 elementos que compõem a Cultura; com a possibilidade das turnês, várias regiões do planeta receberam sementes de Hip Hop;
Pontos negativos: Jovens que apenas queriam se expressar pela dança foram explorados por indústrias fonográficas (exemplo da RSC); A dança sofreu grande saturação devido a sua má utilização em comerciais e programas de tv. Gente sem o mínimo conhecimento do que é Hip Hop faturando alto; Os filmes feitos por Hollywood nem sempre tinham BBoys de verdade, eram atores se fazendo de Bboys e Bgirls. Gente que representava foi omitida e no lugar, colocavam uns manés que ninguém nunca mais ouviu falar.
No fim do túnel sempre há uma luz. E foi assim que Mr. Wiggles, um dos fundadores do Popping/Locking em Nova York, chamou Ken Swift e alguns membros da RSC para montarem um musical chamado “So What Happens Now?”. Este musical falava sobre a vida de BBoys e Bgirls após as luzes do sucesso terem se apagado. Um novo caminho se abriu para a Rock Steady, Wiggles, Fabel e os demais envolvidos neste espetáculo.
Magnificent Force, Rythm Technicians e Rock Steady Crew se juntaram para formar o super projeto Getthoriginal. Totalmente dirigido, coreografado e produzido pelos integrantes, e com patrocínio da grife Calvin Klein, o projeto viajou o mundo, passando pelo Brasil em 1996 (Carlton Dance Festival).
Outras equipes que fazem parte da segunda geração são: Sure Shot Boys (formada por portoriquenhos); Floor Masters (alguns saíram para formar a New York City Breakers); United States Breakers; New York City Breakers; Fantastic Duo Breakers; Negril; Rhythm Technicians; the Incredible Breakers; Full Circle; Mop-Top Crew entre outras.
Enquanto isto, na costa leste, o intercâmbio entre os estilos aumentava e enriquecia a todos. Rockers de Costa Oeste conheciam Boogalooers da Costa Leste. Nova York aprendia sobre Popping/Locking/Boogaloo e Los Angeles aprendia sobre Hip Hop. No final de 1980, duas pessoas seriam os principais influenciadores de Mr Wiggles e Fabel, outros dois mitos do Popping/Locking/Boogie de Nova York (Nova York chama de Boogie, enquanto Los Angeles chama de Boogaloo).
Loc-A-Tron John (Carolina do Norte) e Loose Bruce (San Diego) trouxeram de fora seus estilos de dançar. Wiggles e Fabel foram misturando o que viam na tv, com o que a vizinhança os ensinava, e mais o contato com John e Bruce, foram formando seus estilos próprios. A primeira equipe de Eletric Boogie formada pelos dois foi a Eletrickompany Dancers. Eles nem imaginavam, nesta época, que iriam fazer parte de equipes como Rock Steady e Magnificent Force.
Mas foi o encontro com Sugar Pop, durante um show de Lionel Ritchie em Nova York, que definitivamente abriu suas mentes, Sugar mostrou a eles os detalhes do Popping e do Locking, contou-lhes a origem e os nomes corretos dos movimentos do que eles chamavam de Eletric Boogie. E também apresentou a nata de Los Angeles: Poppin’ Taco, Shabadoo, Boogaloo Shrimp estavam lá. Os novaiorquinos aprendendo Popping/Locking e os californianos Breaking/Up Rocking. O rapper Kool Keith (conhecido como Activity na época), Supreme, The Shack Crew, Muhammed, Snap Shot, Fortune, Fame, Check, Lil’ Sput, Short Circuit, Kippy Dee são alguns dos pioneiros de do Boogie/Locking em Nova York e devem ser lembrados.
A cena em Los Angeles era muito intensa, com vários concursos de dança, espaços para apresentações e até participação e influência em videoclipes como o de Lionel Richie “All Night Long” e “Once in a Liftime” do grupo Talking Heads.
Os fundadores são os Eletric Boogaloos, seguidos pelos L.A. Rockers, Blue City Strutters (depois formaram o grupo de rap-metal Boo-Yaa T.R.I.B.E.) e Funky Bunch. Os Eletric Boogaloos foram contratados na década de 80 pelo astro pop Michael Jackson para coreografá-lo nos shows de sua turnê e em vídeos. Só para deixar registrado que na maioria das vezes é Michael Jackson que aprende com o Hip Hop e não o oposto. Por exemplo, foram os irmãos Hekyll and Jekyll que criaram o Moonwalk, uma das marcas registradas da dança de Michael.
Sugar Pop, Poppin Taco, Shabadoo, Boogaloo Sam (o principal), Pop´n Pete, Boogaloo Shrimp, Jojo, Lollipop e Puppet são algumas das lendas do Popping/Locking/Boogaloo.
O Break se espalhou por todo o mundo e hoje está nos cinco continentes. Equipes tão diversas como Waseda Breakers (Japão), Flying Steps e South Side Rockers (Alemanha), South African Allstars (Africa do Sul), Top 9 (Russia), Black Attack (Nova Zelândia), Crazy New Feeling (Grécia), Nontoper Mielonka (Polônia), Supersonic BBoys, Back Spin Crew, Footwork Crew (Brasil) são exemplos de representantes de qualidade pelo mundo.
E o Brasil? Contar a estória do Brasil é coisa para o próximo texto. Mas uma coisa pode ter certeza, Nelson Triunfo, Nino Brown, 24 de Maio, Estação São Bento, Marcelinho Backspin e Banks são palavras chaves para entender como tudo começou por aqui.


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ELEMENTO FUNDAMENTAL : ARTE GRAFITE

Traços coloridos em um corpo de pedra: Arte Grafite
por juny kp! [ out-dez2001]

Hip Hop - com maiúsculas sempre - é o conjunto de quatro formas artísticas distintas chamadas de elementos. Daí a sua complexidade, uma cultura híbrida, sempre em movimento, em evolução constante. Estas formas artísticas foram surgindo no ambiente urbano de Nova York, cidade dos Estados Unidos, na passagem dos anos 60 para os anos 70. O termo foi criado pelo então DJ Afrika Bambaataa, fundador da organização Zulu Nation, referindo-se ao movimento dos quadris.
Arte Grafite, Grafiti, Graffiti, Aerosol Art – .Expressão artística estética que utiliza como meio a lata de spray e se desenvolve no ambiente urbano. A Arte Grafite reflete a rua. Seu dinamismo, sua duração suas cores. É válido ressaltar que a Arte Grafite Hip Hop difere de Arte Mural, de Aerografia em muros e dos Afrescos. Os temas são outros, as técnicas também. Coube aos brasileiros, uma inovação: a introdução da tinta látex na feitura do Grafite Hip Hop. Americanos e europeus nunca imaginaram utilizar esta tinta em seus trabalhos.
Dividiria a Arte Grafite em dois grupos: O “Grafite Hip Hop” e o “Grafite Acadêmico”. No primeiro, os elementos presentes são as letras e as personagens caricatas presentes em um cenário com influências fortes dos quatro elementos da Cultura Hip Hop. Na segunda estão as “máscaras”, sendo, geralmente, praticadas por pessoas que não possuem vínculos com a Cultura Hip Hop e sim das escolas de Arte e autodidatas e boêmios.
Grafiteiro, escritor, writer – Pessoa que manipula a lata de spray na realização dos Grafites.
Tag, assinatura e/ou Pixação – Tanto pode ser a assinatura do autor de um Grafite, como a assinatura solta pelos muros. Também se refere ao ato de “pixar” (com x). Pixar é expressar e popularizar uma nome, um pseudônimo, uma marca. Geralmente ocorre na fase
Bomb – É a evolução seguinte à do Tag. As letras são preenchidas e possuem 2 cores.

Gostaria de deixar claro que “Grafite” pode ser visto de uma forma bem mais abrangente que a atual. Ela existe desde a Pré-História, passando por Pompéia, pela revolução mexicana na década de 30, pela 2ª Guerra Mundial, formando o Hip Hop no final dos anos 60. Historicamente o assunto é muito maior do que pensamos.
Entretanto, neste texto continuarei comentando especificamente o ambiente e características do Hip Hop e sua formação. Fechando, desta forma, os “quatro elementos” fundamentais da Cultura Hip Hop.
Taki 183 é visto como o primeiro que ganhou fama com o Grafite (ou ainda era Pixação?) em Nova York/EUA. Vivendo num ambiente onde o Grafite/Pixação já vinha sendo utilizado por gangues para fins de demarcação de território e propaganda, Taki 183 lança seu primeiro Grafite/pixação em um caminhão de sorvete no verão de 1970 inspirado por um outro nome, de “Julio 204”.
Mas antes dele, Cornbread e Cool Earl já faziam história na Filadélfia/EUA, como ficou registrado pela revista Philadelphia Inquirer Magazine, em maio de 1971. Além das gangues, o Grafite/Pixação fazia parte de atividades de protesto, como uma forma de expressão direta e rápida.
Com o crescimento do número de Grafiteiros/Pixadores, o próximo passo era buscar se diferenciar dos demais. Num primeiro momento todos os tags eram parecidos. Começam a surgir, setas, asteriscos, estrelas e símbolos que marcassem um estilo próprio. Era necessário dar uma valor artístico maior às letras. A evolução natural levou as letras a ganharem novos contornos, novas formas e cores. Assim surgiram os estilos Bubble (letras mais cheias e arredondadas), Broadway (letras em blocos), Mechanical (inspiradas em metais) e Wild Style (estilo mais complexo onde as letras se fundem formando uma nova composição estética).
O surgimento dos marcadores (canetas com pontas de 1cm a 5 cm) ajudou que os tags fossem multiplicados com uma velocidade incrível. Sua tinta não saia com facilidade e o tamanho de uma caneta ajudava no uso, podendo guardar no seu bolso sem problemas.
O Metrô foi o maior aliado na divulgação desta nova forma de intervenção urbana. Ao pintarem um vagão em determinado bairro, eles sabiam que este vagão passaria por todas as linhas, em todos os cantos da cidade.
Hugo Martinez, ao criar o grupo chamado United Graffiti Artists estabeleceu um novo padrão à Arte Grafite. Neste projeto eram encontrados os melhores de Manhattan, Bronx e do Brooklyn. A eles eram dadas a oportunidade de trabalhar como um grupo e com metas visando uma melhor educação para os próprios artistas e para demais interessados. Com a UGA, Hugo realizou a primeira Exposição de Arte Grafite na faculdade City College em Nova York. No ano seguinte, a Razor Gallery expôs 20 telas gigantescas feitas por membros da UGA estabelecendo a ponte entre os Grafiteiros e o mercado de arte novaiorquino.
Gostaria de registar alguns do “primeiros” mestres da Arte Grafite: Super Kool 223, Stay High 149, Topcat 126, Barbara, Eva 62, Lee 163d, Phase II, Tracy 168, Julio 204, Taki 183, Lady Pink formando a primeira leva do Grafite norte-americano.
Como dito anteriormente, as linhas do Metro eram os pontos mais cobiçados pelos Grafiteiros/Bombers/Pixadores. Após 15 anos de combate, as administrações da cidade de Nova York conseguiram extinguir com as intervenções no dia 12 de maio de 1989. Foram 150 milhões de dólares gastos em limpeza e segurança somando mais de 80 mil horas de trabalhos limpando vagões. Se por acaso aparece um Grafite hoje em um vagão, este é imediatamente removido e limpo. O fim dos Grafites nos metrôs afetou e muitos os jovens que estavam na ativa e viam os túneis e vagões como seu meio de comunicação com o mundo externo.
Foi Superkool 223 que descobriu que ao usar bicos de perfumes, venenos e outros produtos o traço poderia variar se tornando mais espesso ou mais fino. Nos dias de hoje, os Fat Caps (grossos) e os Thin Caps (finos) são vendidos por revistas especializadas em Grafite.
Os trens são outro suporte onde o Grafite é bastante executado. A comunicação neste caso, deixa de ser apenas “dentro da cidade”, passando a ser “entre cidades”. Os pátios são invadidos e lá os Grafites são feitos.
Primeiro os Tags (Pixo/Assinatura), depois os Throw-ups (vômitos, letra contornada com cor de preenchimento), em seguida vieram os Pieces (trabalhos mais elaborados tanto nas linhas como nas cores). Assim foi a evolução das linhas do Grafite. Depois surgiram as Produções (trabalhos complexos com um contexto único amarrando todo o Grafite).
No início dos anos 80 uma segunda geração surge entrando em galerias de arte de renome e fazendo turnês pela Europa. Dondi, Futura 2000, Ladi Pink, Blade, Fab 5 Freddy e Lee Quiñones levaram a Arte Grafite para a Mídia. O cinema foi um grande impulsionador nesta época. Os filmes Beat Street e Wild Style bem ou mal divulgaram a Cultura Hip Hop por todo o mundo. Também os livros Subway Art e Spray Can Art serviram como guia para os interessados de outros continentes.
A Europa, hoje, é rica em Grafitieros de renome mundial como Daim, Loomit e Mode 2, só para citar alguns. E não só a Europa, mas em todos os continentes a Arte Grafite está presente e evoluindo sempre. Cada país coloca uma pitada de sua cultura enriquecendo o Grafite e os demais elementos da Cultura Hip Hop.
A Internet tem papel importante ao estabelecer um diálogo, uma conversa forte entre todos os jovens do mundo que queiram falar, ver, estudar e discutir sobre a Arte Grafite e a Cultura Hip Hop.

O “crime”, a arte, a atitude: palavras abstratas
O que poderia ser a arte Grafite? Seria a utilização daquele pequeno torrão composto do material de mesmo nome sobre o retangular papel canson? Seria, ainda, a técnica de desenho a qual utilizamos lapiseiras 0.5 ou 0.7? Será?! Vou dar uma dica então: Seu suporte (região a ser preenchida) é, na maioria das vezes, de tamanho superior ao do próprio autor. Adivinhou?!!?
Pois bem, estou aqui para tentar explicar a você. Grafite é arte da rua e para a rua. Seu mundo, seu reino são os centros urbanos; seu suporte, os muros e as paredes. O Grafite, a que me refiro, tem como forças motrizes a cor e a forma. Cor que lhe dá vida, luz e movimento; forma, mágica e refinada, com o dom de absorver seus sentidos visuais, levando-nos a refletir sobre seu significado (quando há alguma significação).
Posso afirmar que Grafite é estética. A estética do (in) compreensível, do complexo, do (in) inteligível, do impacto. Jatos de tinta vão perdidos no espaço até alcançar seu destino: a superfície: porosa, lisa, irregular, macia. Não importa. Importa sim, o resultado final obtido. O que parecia manchas coloridas, transforma-se em um só elemento: atraente, portentoso, único. O Grafite.
Passar...Olhar...Estranhar...e não ver mais. Nos dias seguintes, o fluxograma se repete. Só que o fascínio, crescente dia após dia, começa a realçar o seu olhar, e com o passar do tempo (caso dê tempo) você começará a perceber o que aquele enigmático emaranhado de traços e formas pode significar.
Falo do tempo, pois o Grafite é frágil. Do mesmo modo que aparece, pode desaparecer. Vem e vai. O meio urbano, onde vive, assim rege. No momento em que se começa a desvendar seus enigmas...ele pode sumir, apagar. Ou melhor, ser apagado. Ora por uma neutra e atraente camada de tinta branca, ora, por outro Grafite. E assim se inicia mais um ciclo de metamorfoses, na tentativa de “ler” outro mágico conjunto de formas e cores denominado Grafite.
Este constante risco de não mais encontrar aquele desejado Grafite é a peça fundamental na constituição de seu caráter. Sua constante mutabilidade interage com a mutação dos grandes centros urbanos. Assim, com o crescer das cidades, os Grafites se espalham mais e mais a cada dia.

Escrito por


juny kp! (junykp@realhiphop.com.br)

juny kp!, 26 anos, é artista visual (Arte Grafite, produção gráfica, performances, intervenções e instalações), produtor (eventos e artistas), pesquisador da Cultura Hip Hop (trabalha atualmente com a questão de Gênero nos poemas de Música Rap brasileira) e intérprete/tradutor (especializado na área do entretenimento – teatro e dança). Edita o fanzine Nóis Véve de Hip Hop desde outubro de 2000, integrou a equipe de Breaking Supersonic BBoys (SJ Rio Preto/SP) entre 2000 e 2003, formou-se em Tradução pelo IBILCE/UNESP/SJ RIOPRETO.
Gosta de bolacha de doce de leite e do seriado Os Simpsons.

VITRINE

A IMPORTANCIA DA CULTURA NA SOCIEDADE PAULISTANA

PROPOSTA PARA ELABORAÇÃO DO MÊS DE HIP HOP 2024

RESPOSTA DA SECRETARIA DA CULTURA REFERENTE O MÊS DE HIP HOP 2023

ESPORTE BREAKING COM POLÍTICA PÚBLICA

Plano de negócios para umempreendimento de Breaking

POLITICAS DE HIP HOP SP

DROGRA JWH-18 K

DROGADIÇÃO

CONFERÊNCIA LIVRE POPULAR DOS MOVIMENTOS CULTURAIS SP