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terça-feira, 6 de maio de 2014
Pela causa e não
pelos fragmentadores politicos fracos, que negociam a vida dos
pobres, o FORUM DE HIP HOP MSP NÃO ESTÁ FECHADO COM NENHUM PARTIDO
POLITICO DE DIREÇÃO NENHUMA PORQUE SOMOS SÉRIOS E NÃO FICAMOS EM
CAMPANHAS FALSAS, SOMOS PELO FIM DO GENOCÍDIO DA JUVENTUDE PRETA,
POBRE E PERIFÉRICA ALGO QUE MUITOS SOMENTE FAZEM NEGOCIOS, SOMOS
PELA VIDA E REPRESENTAÇÃO MESMO SÓ NO HIP HOP. AS MORTES NA
PERIFERIA TODOS OS PARTIDOS TEM RESPONSABILIDADE NISSO E AS
INSTITUIÇÕES QUE DIRIGEM TANTO NA AÇÃO QUANTO NA OMISSÃO
Manifesto de
denúncia das chacinas na zona Norte de São Paulo - Abril/2014
Junte-se a nós nesta denúncia de injustiça para que chacinas não
se repitam!
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Abaixo o manifesto
produzido coletivamente por diversas organizações atuantes na zona
norte de São Paulo sobre as duas recentes chacinas de jovens que
coincidem na forma de execução: grupo de jovens reunido atacado por
atiradores.
Estas, que
denunciamos aqui, ocorreram nos dias 16 e 30 de abril de 2014, na
Praça 7 Jovens e no Pq. Belém respectivamente (distância de 650m
um local do outro), Distrito Brasilândia, zona norte de São Paulo.
Fazemos o apelo para
que outras entidades, assinem (no final da página) até o dia
12/05/14 e a partir de 13/05/14 divulguem o documento a seguir.
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Mais uma chacina de
jovens! Até quando?
Quarta-feira, 16 de
abril de 2014, quase duas horas da madrugada.
Praça Sete Jovens,
Jardim Tereza - Jardim Eliza Maria, distrito da Brasilândia, zona
norte de São Paulo. Diversas pessoas conversam no gramado e nos
banquinhos próximos das árvores de pitanga, goiabeira, eucalipto e
ficus que ficam no lado da Rua Pedro Pomar. Mais um dia de
convivência na praça. De repente, segundo diversos relatos, dois
homens encapuzados, chegam vindos da Rua Carlos Lamarca a pé e, na
maior covardia, batem nos jovens e disparam contra eles:
POW! POW! POW!
POW! POW! POW! POW! POW! POW! POW! POW! POW! POW!
Na varanda da casa
em frente, uma jovem grita pelo terror que presencia e clama pela
vida de seu irmão e dos jovens agredidos:
NÃO! NÃO!
NÃO!
Os assassinos saem
correndo diante da firmeza e coragem da moça, descendo a Rua Pedro
Pomar em direção à Rua São Gonçalo do Abaeté.
+ 3 jovens foram
assassinados covardemente:
Igor Caique Silva -
☆ 20/12/1996 -17 anos, 1 tiro nas costas,
Cleiton Martins de
Oliveira - ☆19/04/1995 - 18 anos, 1 tiro na cabeça
Marcos Vinicius de
Oliveira - ☆ 09/09/1991 - 22 anos, 7 tiros
+ 2 jovens foram
brutalmente agredidos:
Rodrigo de Souza, de
29 anos levou 2 tiros nas costas
Eberton Silva de
Castro que foi levado por seus familiares ao hospital, gravemente
ferido por coronhadas, murros e pontapés na cabeça.
Outros jovens
conseguem escapar e sobreviver. A unidade móvel do SAMU- Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência - que fica na praça logo aparece e
leva dois jovens que estavam feridos (Rodrigo e Cleiton, sendo que
este não resistiu ao tiro na cabeça e faleceu no hospital). A
ocorrência foi registrada no 72º distrito policial da Vila
Penteado. Menos de uma hora depois destes crimes, numa agilidade que
não é comum, policiais e a equipe do DHPP - Departamento Estadual
de Homicídios e Proteção à Pessoa realizam “perícia” e levam
os corpos e projéteis do local. Deixaram na praça duas blusas com
sangue, umas folhas de alumínio, choros, indignação de amigos e
familiares e um ar pesado cheio de questionamentos.
O “procedimento”
policial e militar
Por que esta
“perícia” foi feita logo após os assassinatos e ainda na
escuridão da madrugada sendo que o “rabecão” do IML –
Instituto Médico Legal - saiu antes das 4 horas da manhã da praça?
Por que na mesma
manhã da quarta feira, 16 de abril de 2014, policiais militares
dentro de viaturas, passaram pelo local dos crimes ameaçando os
jovens, que lá estavam, dizendo “já morreram 3 esta madrugada,
não fiquem por aí, que vai sobrar pra vocês também...”
Por que na
quinta-feira, 17 de abril, jovens colocavam faixas de protesto na
praça, e foram abordados por um policial civil com distintivo e
armado, que exigiu identificações e telefones? Enquanto isso, um
motociclista passou com seu capacete levantado e em tom de ameaça
disse: “Olhaí, já ‘demos baixa’ em alguns não custa nada
baixar outros”.
Por que este mesmo
policial não tomou nenhuma providência e continuou sua “abordagem
profissional” como se nada tivesse visto ou ouvido?
Que praça é esta?
A Praça Sete Jovens
leva este nome em memória dos adolescentes que foram vítimas de uma
chacina semelhante a que denunciamos. No dia 1º de fevereiro de
2007, no escadão da Rua Olga Benário, bem próximo da praça, no
Jardim Tereza, acabou acontecendo uma grande tragédia, que ficou
conhecida através da mídia como a “chacina dos 7 Jovens do Jardim
Eliza Maria, zona norte de São Paulo”.
Os jovens
assassinados foram: Ewerton Damião Silva de Freitas, 18 anos; Rafael
Jesus da Rocha, 20 anos; Douglas Ribeiro Francelino, 17 anos; Robson
Oliveira Novais Cavalcante, 16 anos; os irmãos Francisco Itamar Lima
da Silva, 17 anos e Antônio Elias Lima da Silva, 27 anos. Estes seis
foram assassinados e um jovem ainda está vivo: Leandro Siqueira, o
Mineirinho, com 19 anos na época.
Todos sem ficha
criminal, apenas 7 jovens da periferia, que conversavam entre si no
final da tarde quando, segundo relatos, quatro ocupantes encapuzados
saíram de um Fiat Palio declarando-se policiais e mandaram que eles
virassem de costas e dispararam muitos tiros com pistolas e
revólveres. Apenas um sobreviveu. A promotoria da Justiça Militar
apontou para o envolvimento de integrantes da Polícia Militar com
chacinas na região em 2008, quando foi assassinado o Coronel da PM
José Hermínio Rodrigues, na Avenida Eng. Caetano Álvares, zona
norte de São Paulo, que investigava o envolvimento de seus
subordinados em grupos de extermínio. Os policiais acusados da morte
do Coronel foram absolvidos pela Justiça Militar em março de 2013.
Outras chacinas foram esclarecidas tendo o envolvimento de PM’s que
estão presos.
A Praça 7 jovens é
utilizada por pessoas de todas as idades. Tem campo de futebol,
quadra de basquete, pista de skate, palco aberto, dois espaços com
brinquedos para crianças, a Escola Municipal Coronel José Hermínio
Rodrigues, duas creches e uma unidade do SAMU.
A juventude se
mobiliza e homenageia seus amigos e familiares
No domingo, 20 de
abril de 2014, aproximadamente cem pessoas acenderam velas e vestiram
camisetas com dizeres clamando por justiça e paz, num ato de luto
pelos jovens assassinados, agredidos e a seus familiares durante o
samba realizado mensalmente na praça, por jovens moradores do
entorno. Apesar de chocante, o episódio não foi noticiado pelos
grandes veículos de comunicação.
A atuação de
alguns policiais no macabro episódio e depois dele, indica uma
relação indevida e cúmplice com os assassinatos por parte de quem
deveria defender as pessoas e a vida.
As perguntas que não
querem calar
Quem são os
criminosos?
Estão a mando de
quem?
Por que policiais
rondam a praça fazendo ameaças covardes e violentas?
Perguntas que não
entraram na pauta da imprensa tradicional.
O silêncio e a
omissão das autoridades são ensurdecedores e criminosos.
Perguntas
insuportáveis de ficarem sem respostas mais uma vez.
Os assassinatos não
param. A morte continua
Durante a escrita
desta carta, na manhã de 1º de maio de 2014, ficamos sabendo que no
dia anterior, às 22h30, na Rua Padre Manoel Honorato, no Parque
Belém, a 650m da Praça Sete Jovens, dois homens descarregaram tiros
de pistolas 9mm e 380 em mais 5 jovens: 2 primos mortos de 17 anos
Lucas Otavio da Silva Lima, vidraceiro e Matheus Jackson da Silva,
pedreiro e 3 feridos: Bruno Erasmo Santos, 15 anos, estudante, Kelvin
Robert Borges, 20 anos e Alan Custodio, 23 anos. Estes jovens estavam
na calçada que eles, familiares, amigos e amigas conviviam em frente
à casa de um deles. Suas vidas, de seus parentes e amigos acabam de
sofrer uma agressão abominável. Até quando?
Discursos para nos
calar
Quando foram mortos
os 7 jovens em 1º de abril de 2007, o que se ouvia era “que eram
meninos envolvidos com o tráfico”. Eram apenas jovens que foram
assassinados. Em 2008 policiais militares foram acusados de matarem o
Coronel José Hermínio Rodrigues (absolvidos em 2013, o Ministério
Público estadual afirma que recorrerá da decisão da Justiça
Militar) e outros policiais militares foram condenados por
envolvimento em diversas chacinas ocorridas na zona norte de São
Paulo no mesmo período.
Dia 16 de abril de
2014, mais 5 jovens e outros que conseguiram se salvar, sofreram
atentados criminosos. Diversas pessoas afirmaram “ah, estavam no
lugar e hora fazendo coisa errada...”. Por que essa é a lógica
cruel que é usada nas periferias para abafar crimes?
Na noite passada, 30
de abril, esta mesma violência se repetiu. Até quando? Até quando
jovens, da periferia, continuarão sendo exterminados na cidade e no
estado de São Paulo? O Estado se acovarda e se omite diante da
violência assassina de grupos de extermínio e “justiceiros”.
domingo, 4 de maio de 2014
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