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terça-feira, 26 de agosto de 2014

Jovens cobram ação de ministra contra violência na periferia

Ideli Salvatti, da Secretaria de Direitos Humanos, foi questionada por representante de comitê contra o genocídio da juventude durante evento na Câmara de SP
A ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), foi cobrada nesta segunda-feira, 25/08, sobre o que pretende fazer contra as mortes de jovens nas periferias das grandes cidades. A representante do governo federal foi questionada durante sua participação no lançamento da Caravana de Educação em Direitos Humanos, na Câmara Municipal de São Paulo.
Quando a ministra se preparava para deixar o evento, o Rapper Pirata, representante do Fórum de Hip Hop de São Paulo e integrante do Comitê contra o Genocídio da Juventude Preta, Pobre e Periférica, tomou a palavra.
Pirata exigiu alguma medida efetiva da SDH em favor da juventude. “Queria uma recomendação contra o Estado de São Paulo, porque não há nenhuma. Desde 2012, o ministro da Justiça [José Eduardo Cardozo] não vem a São Paulo para falar sobre a polícia. Ninguém faz nada. Ele só vem para trocar ideia na luta contra o PCC [Primeiro Comando da Capital]. Só que essa luta é o aprisionamento e morte dos adolescentes. Isso é algo muito sério em São Paulo, é uma calamidade. A Secretaria de Direitos Humanos não entra com uma carta, não escreve nada”, afirmou.
Rapper Pirata, integrante do Fórum de Hip Hop e do Comitê contra o Genocídio da Juventude Preta, Pobre e Periférica/Foto: William Cardoso
Rapper Pirata, integrante do Fórum de Hip Hop e do Comitê contra o Genocídio da Juventude Preta, Pobre e Periférica/Foto: William Cardoso
O rapper também criticou a falta de ação dos governos federal e estadual, além de entidades de defesa dos direitos humanos. “Todas as instituições de defesa dos direitos humanos, desde 2002, não se manifestam em nada sobre a situação de São Paulo. Isso é algo muito sério. A gente fala da questão do genocídio da juventude e parece balela”, disse.
Durante a sua intervenção, Pirata criticou também o discurso conservador adotado por candidatos na campanha eleitoral. “Os caras estão se candidatando e falando em morte toda hora. É declarado isso. Eles estão falando ‘nós somos contra os adolescentes, somos contra os pobres’ e continuam matando. O que estão fazendo essas instituições de direitos humanos?”, questionou.
Institucional
A ministra afirmou que se vê obrigada a assumir determinadas tarefas institucionais e a seguir regras, como a de não intervir nos estados, a não ser que seja chamada pelos governos estaduais. “Como é que a gente pode superar, às vezes, as regras que nos impedem [de atuar]? A gente pode fazer as parcerias. Ou vocês acham que estamos fazendo a caravana da educação em direitos humanos porque a gente está com todos os instrumentos na mão?”, questionou.
Público acompanha lançamento da Caravana de Educação em Direitos Humanos, na Câmara Municipal de São Paulo/Foto: William Cardoso
Público acompanha lançamento da Caravana de Educação em Direitos Humanos, na Câmara Municipal de São Paulo/Foto: William Cardoso
Ideli disse que tem consciência dos problemas. “Quero dizer, Pirata, que temos a convicção absoluta do que está acontecendo aqui no Estado de São Paulo, como está acontecendo em vários outros estados”, disse. “Como as coisas são graves em vários estados, a caravana é exatamente a parceria que precisamos para que a sociedade nos ajude a colocar essas questões no centro do debate”, explicou.
O evento foi organizado pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) e contou com as participações do presidente da entidade, Rildo Marques, do secretário municipal dos Direitos Humanos na capital paulista, Rogério Sottili, da vereadora Juliana Cardoso (PT), do deputado estadual Adriano Diogo (PT), do psiquiatra Paulo Amarante (movimento antimanicomial) e de Ivan Seixas, (representando a Comissão da Verdade).
Todas as propostas discutidas e aprovadas na caravana farão parte de uma carta que será entregue à Secretaria de Direitos Humanos.
http://ponte.org/jovens-cobram-acao-de-ministra-contra-violencia-na-periferia/

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Alguns apontamentos sobre racismo e luta de classes

Por Wellington Lopes Goes ativista do Coletivo de Esquerda Força Ativa, Rapper do grupo Fantasmas Vermelhos e Cientista Social.

Segundo Marx “[...] A descoberta de ouro e prata na América, a extirpação, escravização e sepultamento, nas minas, da população nativa, o início da conquista e saque das Índias Orientais, a transformação da África num campo para a caça comercial aos [pretos], assinalaram a aurora da produção capitalista. Estes antecedentes idílicos constituem o principal impulso da acumulação primitiva (Marx: O Capital, Vol. I) [...].

“Uma revolução sem os pretos e pretas, no caso brasileiro é uma revolução que já nasce morta.” 

Não tratamos o racismo de forma isolada dos outros conflitos sociais e formas opressiva dessa sociedade, muito pelo contrário, assim como não partimos do indivíduo isolado, atomizado, entendemos que o ser social está inserido em múltiplas relações e que na sociedade capitalista este ser se constitui cada vez mais preso no seu próprio individualismo e no egoísmo típico dos valores consagrados do capital.


Mas ao tentarmos compreender a nossa realidade, enquanto população preta requer um esforço onde a chave está na formação social do Brasil, fora do campo das teses consagradas que fizeram análises do Brasil com o referencial “eurocêntrico”, reducionista ou até mesmo mecanicista, tendo como espelho a luta de classes na Europa, parte de uma suposta esquerda e de sua própria intelectualidade não conseguiram compreender a dinâmica das lutas de classes no Brasil, tendo como foco a industrialização, fazendo uma leitura separada da escravização do povo africano na América e sem relacionar com o capitalismo impulsionado na Europa por meio da colonização.


Fazer o combate a essas teses consagradas, (grande parte seguindo orientação da III Internacional Stalinista) e não cair em modelos epistêmicos requer partir do referencial da“*via colonial”, o caminho específico do Brasil para o capitalismo, entendendo-o sobre diferentes aspectos:
  1. Como que os mais de três séculos de escravidão estiveram ligados com o processo de acumulação primitiva do Capital?
  2. Como que Internamento o Brasil foi se organizando para deixar os africanos libertos fora do processo produtivo, quando resolve abolir a escravidão na condição de ultimo país e aos poucos vai implementando o trabalho assalariado?
  3. Fazer análise imanente do racismo enquanto determinação social do capitalismo recuperando os seus nexos causais.  

Partindo desta análise temos condições de entender qual o papel do racismo nesta sociedade e os efeitos que este produz, entendemos o racismo como determinação social da própria constituição do Capital, portanto, produção da sociedade capitalista e não natural em todas as sociedades.


Trabalhamos para a superação do antagonismo entre as classes e entre classe trabalhadora e racismo, uma vez que só o trabalhador pode afirmar o gênero humano, por tanto a emancipação pressupõe, antes de tudo, o rompimento da alienação e do estranhamento do ser para com o próprio ser, sendo assim, o racismo se enquadra nas barreiras criadas pelo capital que limita qualquer tipo de projeto unificado no sentido de trazer para o centro a afirmação da “humanidade sofredora” (Marx: Manuscritos Econômico-Filosóficos), neste sentido fica a tarefa de quem luta pela emancipação humana o combate ao racismo, logo a luta contra o racismo deve ter como norte a emancipação humana.





* O referencial da “via colonial” foi sugerido por Chasin no livro sobre o “Integralismo de Plínio Salgado”, onde o autor traz a necessidade de entender qual o caminho trilhado pelo Brasil para a constituição do “verdadeiro capitalismo”. Ver também “A miséria brasileira”.

A IMPORTANCIA DA CULTURA NA SOCIEDADE PAULISTANA

PROPOSTA PARA ELABORAÇÃO DO MÊS DE HIP HOP 2024

RESPOSTA DA SECRETARIA DA CULTURA REFERENTE O MÊS DE HIP HOP 2023

ESPORTE BREAKING COM POLÍTICA PÚBLICA

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CONFERÊNCIA LIVRE POPULAR DOS MOVIMENTOS CULTURAIS SP