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domingo, 25 de março de 2018

Câmara recebe encontro “Hip Hop e Resistência”

André Bueno/CMSP
Encontro Hip Hop e Resistência na Câmara Municipal
THIAGO GOULART
DA REDAÇÃO
Nesta sexta-feira (23/3), a Câmara Municipal realizou o encontro “Hip Hop e Resistência”, cuja temática foi desenvolvida em torno da construção de redes para prevenção e combate às mortes decorrentes de violência institucional contra a juventude negra. Na ocasião, também foram discutidas propostas do “Plano da Juventude Viva”, com a presença de representantes da Secretaria de Direitos Humanos, da Promotoria de Justiça, Coordenação da Juventude e da Igualdade Racial, de movimentos do Hip Hop, Pastoral da Juventude e das Mães em Luto da Zona Leste.
O Hip Hop é um movimento cultural genuinamente norte-americano, mas que, aos poucos, ganhou dimensão internacional, chegando ao Brasil nos anos 80. Foi em São Paulo que o movimento conquistou força e adeptos, principalmente nas regiões periféricas.  Além da questão poética, o Hip Hop possui um conjunto de diversas expressões que se materializa sob a forma de combate, cidadania e identidade.
“As pessoas acham que somos entretenimento, mas não. Nós temos a leitura de sociedade como indivíduo. Compreendemos várias fitas, mas sempre ficamos no caminho do exótico”, afirma o rapper Pirata.
Segundo ele, “o Hip Hop como movimento cultural está à frente de muitas coisas como, por exemplo, ser o grande responsável pelas pessoas usarem, hoje, a palavra genocídio”. O rapper disse ainda que “para cada corpo caído, levantaremos uma bandeira e isso é uma forma de resistência”.
André Bueno/CMSP
Daniel Almeida
Para Daniel Almeida, assessor da Coordenação de Políticas para a Juventude da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, a Câmara Municipal é um espaço que deve ser protagonizado por lideranças do movimento responsáveis por ações no Município, contribuindo para as políticas públicas. “Hoje representa um momento propício para a discussão da atual situação que o Hip Hop tem passado na cidade, para encontrarmos maneiras de fortalecer as políticas públicas voltadas aos territórios das periferias paulistanas”, afirma Almeida.
Outro ponto importante ressaltado no encontro foi sobre as mães das vítimas que resolveram dar voz às suas dores sentidas pelos filhos ausentes. Solange Oliveira, fundadora do movimento Mães em Luto da Zona Leste, diz que o desejo é por justiça. “O Estado não cumpre com sua função de salvaguardar os cidadãos, pois a bala que mata nas ruas da periferia, é reafirmada pela caneta do promotor que mata novamente pelo arquivamento do caso”, disse.
André Bueno/CMSP
Solange Oliveira
Em relação ao Hip Hop, Solange diz que “as canções traduzem a realidade da periferia como forma de manifesto e de denúncia, ou seja, o Hip Hop é o grito e a voz alertando para que outros jovens da periferia não morram”.
Já Valdênia Aparecida Paulino Lanfranchi, diretora do CEDECA ( Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente) de Sapopemba, disse que vivemos uma linha tênue entre a criminalidade comum e a criminalidade do Estado. “Por conta disso fui ameaçada de morte muitas vezes, sofri violência no meu próprio corpo”.
André Bueno/CMSP
Valdênia Aparecida
Sobre a importância do Hip-Hop pela perspectiva cultural, Valdênia afirma que “o Hip-Hop cumpre um papel relevante nas periferias de cantar e denunciar as violações de Direitos Humanos como forma de resistência da juventude que vive em situações de exclusão”.

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