Rapper Pirata
"As vezes eu tento observar muito atento aquele corpo coberto de cinzas da cidade de São Paulo, a cor impregnada na roupas e na pele de quem quer R$ 1,00. Eu fico ali em instantes tentando ver além de esteriótipos sociais, por me reconhecer no outro; sem essas armadilhas da benevolencia da igreja cristã, eu fico a observar instantaneamente e ver ela aparecer, a beleza humana. Ela está ali presente com sua história, nunca em momentos de encontros de realidades do tempo presente, a beleza aparece num sorriso que fora emitido em minha direção. Não nego que eu sinto o ódio por me ver no outro, como é tão ruim sentir se um ser humano arrasado pela dependência química. Eu não deixo a moral fugaz dominar minha mente, a que condena quem está sem o seu direito de ser humano, somente ofertando culpa. Para mim é estratégia do poder mundial a miséria, ela serve para controlar corpos e mentes de pessoas pobres no intuíto de mascarar a revolta de mudar tudo, então a miséria fica como fosse natural.
Ai! Se a população em condição de morar na rua se rebelassem já se teria um exercíto."
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