Rapper Pirata
A música de enfrentamento dos atabaques está presente em nossa
consciência, ela iniciou-se em há 100 anos na Serra da Barriga,
estado de Alagoas, o som dela perturba os opressores do povo
brasileiro, porque ela tem o ritmo de marcha por tambores. Para nós descendentes daqueles quilombolas, o ritmo de cada batida no coro do
tambor nos dá a sensação de estarmos sempre prontos para lutar de
cabeça erguida e também para amparar os outros que são abatidos
pelos assassinos sociais da elite ariana brasileira. Durante anos
mantemos como referencia histórica e de vida um desses heróis que
lutaram contra a forma de estado da época, que tinha os seus
construtores e trabalhadores pretos como inimigos, seu nome é Zumbi.
Um herói que em razão de sua ousadia foi decapitado e mostrado em
praça pública para mostrar o poder e a forma de justiça que se
perpetuaria nessa nação, a que tem os pobres, pretos e periféricos
como inimigos.
O fato do programa JUVENTUDE VIVA ter sido pensado para enfrentar a
questão do extermínio da população negra jovem, que até podemos
analisar como uma forma de combate ao racismo cultuado na sociedade
brasileira, qual é regida em sua carta magna a obrigação do estado
enfrenta lo. A discussão referente ao extermínio, tem como
principio de identificar e eliminar o racismo epidêmico via
instituições governamentais. Esse é o gargalo do programa, porque
todos sabem qual é a causa desse alto índice estatísticos do mapa
da violência do Brasil, exemplificando: O estado de Alagoas tem 19
pretos mortos para cada um branco morto. Se houver seriedade na
garantia de vida de jovens pretos, pobres e periféricos que o
programa se propõe, será necessário uma ação contra esse mal
diretamente que se tem o diagnostico que são agentes públicos de
segurança. Os promotores desse extermínio são agentes do estado
representados pela instituição polícia, esses que agem com
violência contra a juventude periférica, a mando e vistas grossas
dos administradores políticos de prefeituras e governos estaduais.
Os candidatos que projetam suas imagens no mito da segurança pública
com a intenção de suas permanências nas cadeiras públicas em
eleições, eles também usam esse drama para esconderem suas
articulações subterrâneas com o dinheiro público de transferência
para contas de famílias e empresas, as que pagam suas campanhas com
a mensagem que o jovem preto, pobre e periférico são inimigo
públicos da classe média, então são veiculados como bandidos por
várias formas de mídias pelo país.
O projeto que vem sendo apresentado para sociedade brasileira
mostra-se tímido ou melhor ele não responsabiliza os mandantes e
nem os agentes que desrespeitam a leis constitucionais. Esses que
barbarizam e aterrorizam os bairros pobres das cidades do país. Para
não enfrentar esse problema, o programa inverte a mensagem de sua
publicidade culpando as vitimas por perpetuarem a tal de cultura de
violência, em locais que a presença do estado sempre é armada.
O projeto tornou um caça níquel de políticas públicas que
durante anos não são efetivadas? Ele conseguirá criar a rede de
proteção social somente pela via de marketing? Ele conseguirá
respostas concretas no cotidiano das pessoas que são alijadas de
direitos básicos? Perguntas que os articuladores do programa evitam
responder, porque sabem o que se tem que fazer, portanto, estão
amarrados por interesses não revelados, que podem até ser
eleitoreiros porque o investimento em campanhas tem como margem de
50% da verba do programa.
Então o estado brasileiro mesmo com um programa de JUVENTUDE que
foi uma conquista do movimento negro e com o foco principal da luta
contra o racismo, manterá o Genocídio da Juventude Preta, Pobre e
Periférica, porque os genocidas sabem que existem brechas jurídicas
para ficarem impunes administrando as instituições e governos.
Esses sabem que violar as regras de direitos humanos não os
responsabilizam em nada, porque eles mesmo criam regras que criminalizam os pobres para justificar suas ações contra os
ancestrais de ZUMBI.
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