RAP A SUA HISTÓRIA
Miguel
As raízes do ritmo rap
são dos anos 60 (Sec.XX) com o soul estadunidense de James Brown que
bradava a frase do líder sul-africano Steve Biko; "Say it loud:
Im black and proud!" (Diga alto: sou negro e orgulhoso!), quando
essa expressão musical cai na mão do sistema é a vez do funk vir a
tona também na figura de James Brown em contrarresposta, batidas
pesadas e gritos escandalosos são os ingredientes desse ataque em
defesa as tentativas de cooptação forjada pelos brancos (Spensy,
1997). Nesse período os movimentos sociais espelhados na liderança
de Martin Luther King Jr e Malcolm X na luta por direitos civis
provocam uma virada na política de exclusão norte-americana, um dos
movimentos que influenciava o Brasil era o Black Power, presente nos
bailes Black de São Paulo e Rio de Janeiro, chegando também a
Salvador (Jorge Ben, em 1971, gravou "Negro é Lindo",
tradução do lema "Black is beautiful", assim como Wilson
Simonal alguns anos antes já havia feito o seu "Tributo a
Martin Luther King"). O nível de politização do povo negro
nos Estados Unidos estava extremamente elevado com presença cada vez
mais forte das ideias de mudança de atitude, valorização da
cultura negra e revolta contra os opressores . Contratos milionários,
inserção de músicos alienados e apropriação da musicalidade do
funk foram a resposta da indústria fonográfica . Novamente o
sistema venceria e em meados de 70 (Sec.XX) o funk comercial estaria
consolidado.
Poesia
Além do ritmo o rap
apresenta outra marca a poesia. Essa poesia é produto das tradições
orais africanas que no Brasil apresentou dispersão em decorrência
da miscigenação desembocando no Rio de Janeiro e Nordeste na forma
de repentistas e emboladores, nos Estados Unidos os mais de 500 anos
de segregação do negro e de sua cultura desembocou no rap . Nos
guetos de lá essas tradições se expressavam no preaching
(pregação), no toasting (brindar), no boasting (ostentar,
vangloriar, gabar), no signifying (significando) ou nas dozens (os
“desafios” em rima) com forte presença das gírias, que tornavam
a comunicação inteligível aos brancos e que apreSUA HISTÓRIA
As raízes do ritmo rap
são dos anos 60 (Sec.XX) com o soul estadunidense de James Brown que
bradava a frase do líder sul-africano Steve Biko; "Say it loud:
Im black and proud!" (Diga alto: sou negro e orgulhoso!), quando
essa expressão musical cai na mão do sistema é a vez do funk vir a
tona também na figura de James Brown em contrarresposta, batidas
pesadas e gritos escandalosos são os ingredientes desse ataque em
defesa as tentativas de cooptação forjada pelos brancos (Spensy,
1997). Nesse período os movimentos sociais espelhados na liderança
de Martin Luther King Jr e Malcolm X na luta por direitos civis
provocam uma virada na política de exclusão norte-americana, um dos
movimentos que influenciava o Brasil era o Black Power, presente nos
bailes Black de São Paulo e Rio de Janeiro, chegando também a
Salvador (Jorge Ben, em 1971, gravou "Negro é Lindo",
tradução do lema "Black is beautiful", assim como Wilson
Simonal alguns anos antes já havia feito o seu "Tributo a
Martin Luther King"). O nível de politização do povo negro
nos Estados Unidos estava extremamente elevado com presença cada vez
mais forte das ideias de mudança de atitude, valorização da
cultura negra e revolta contra os opressores . Contratos milionários,
inserção de músicos alienados e apropriação da musicalidade do
funk foram a resposta da indústria fonográfica . Novamente o
sistema venceria e em meados de 70 (Sec.XX) o funk comercial estaria
consolidado.
Poesia
Além do ritmo o rap
apresenta outra marca a poesia. Essa poesia é produto das tradições
orais africanas que no Brasil apresentou dispersão em decorrência
da miscigenação desembocando no Rio de Janeiro e Nordeste na forma
de repentistas e emboladores, nos Estados Unidos os mais de 500 anos
de segregação do negro e de sua cultura desembocou no rap . Nos
guetos de lá essas tradições se expressavam no preaching
(pregação), no toasting (brindar), no boasting (ostentar,
vangloriar, gabar), no signifying (significando) ou nas dozens (os
“desafios” em rima) com forte presença das gírias, que tornavam
a comunicação inteligível aos brancos e que apresentava a
realidade tal como era, nesse espaço que surge o estilo gangsta, um
dos mais famosos do rap .
Em meados da década de
1970, no Bronx (EUA), Africa Bambaataa, Grandmaster Flash e Kool Herc
organizavam festas para negros e latinos com dois toca-discos
“encaixando” uma música na outra, esses foram os primeiros DJs
(Disc-jóqueis). Os MC’s (Mestre de Cerimônia) incitavam o público
com suas rimas, costume esse trazido da Jamaica . A música é
“falada” pelo MC sobre o scratch que consiste em arranhar o disco
ritmadamente com movimentos rápidos para frente e para trás. Esse
seria o rap, iniciais de Rithym and Poetry (Rima e Poesia), começa
na Jamaica, e é integrado ao Hip Hop (que significa pular sacudindo
o quadril) no norte de Nova York, onde se encontram seus guetos
negros e caribenhos, dois elementos que evoluíram de maneira
similar, porém paralela. Era a revolução não televisionada como
diria Gil Scott-Heron um dos precursores do movimento.
Logo rap (Rima e
Poesia) é um elemento da cultura Hip Hop que apresenta o discurso
sobre a vida dos excluídos das periferias. Exclusão essa decorrente
do processo de abolição (Brasil e EUA apresentam certa
peculiaridade na questão da abolição, nenhum desses países teve
imbricado a abolição com a independência, inclusive os dois países
tiveram, quantitativamente, seu auge de escravos após a
independência permitindo aos EUA tirar o título de maior país
escravista do Brasil na virada para o séc. XIX). Um aspecto que
ajuda a entender esse processo é o próprio histórico de
resistência que o negro tem desde o começo do processo de
escravização impetrado pelos portugueses. Isso explica o porquê de
pô-lo ferro, separar de sua tribo originária e reduzi-lo a condição
de animal.sentava a
realidade tal como era, nesse espaço que surge o estilo gangsta, um
dos mais famosos do rap .
Em meados da década de
1970, no Bronx (EUA), Africa Bambaataa, Grandmaster Flash e Kool Herc
organizavam festas para negros e latinos com dois toca-discos
“encaixando” uma música na outra, esses foram os primeiros DJs
(Disc-jóqueis). Os MC’s (Mestre de Cerimônia) incitavam o público
com suas rimas, costume esse trazido da Jamaica . A música é
“falada” pelo MC sobre o scratch que consiste em arranhar o disco
ritmadamente com movimentos rápidos para frente e para trás. Esse
seria o rap, iniciais de Rithym and Poetry (Rima e Poesia), começa
na Jamaica, e é integrado ao Hip Hop (que significa pular sacudindo
o quadril) no norte de Nova York, onde se encontram seus guetos
negros e caribenhos, dois elementos que evoluíram de maneira
similar, porém paralela. Era a revolução não televisionada como
diria Gil Scott-Heron um dos precursores do movimento.
Logo rap (Rima e
Poesia) é um elemento da cultura Hip Hop que apresenta o discurso
sobre a vida dos excluídos das periferias. Exclusão essa decorrente
do processo de abolição (Brasil e EUA apresentam certa
peculiaridade na questão da abolição, nenhum desses países teve
imbricado a abolição com a independência, inclusive os dois países
tiveram, quantitativamente, seu auge de escravos após a
independência permitindo aos EUA tirar o título de maior país
escravista do Brasil na virada para o séc. XIX). Um aspecto que
ajuda a entender esse processo é o próprio histórico de
resistência que o negro tem desde o começo do processo de
escravização impetrado pelos portugueses. Isso explica o porquê de
pô-lo ferro, separar de sua tribo originária e reduzi-lo a condição
de animal.
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