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quinta-feira, 11 de abril de 2013


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“O hip hop é o antídoto contra o genocídio da juventude negra nas periferias”, diz Pirata

Publicado em 11 de abril de 2013 às 3:35 pm   ·   Adicionar comentário
Rapper e outros músicos e ativistas debatem políticas públicas com o secretário de Cultura de SP, Juca Ferreira
Por Igor Carvalho
Para Pirata a reunião foi “positiva” (Foto: Sylvia Masini / Secretaria municipal de Cultura)
O secretário municipal de cultura de São Paulo, Juca Ferreira, se reuniu na última quarta-feira (9) com membros do Movimento Hip-Hop organizado (MH2O) de São Paulopara discutir projetos e ouvir sugestões dos músicos.
O MH2O levou à reunião uma série de reivindicações para apresentar ao secretário. Todas foram abordadas em mais de duas horas de conversas. Os itens da pauta haviam sido debatidos com  Milton Sales, produtor de grupos de hip hop, no último sábado (6).
O rapper Pirata, organizador do Fórum Hip Hop de São Paulo e membro do Comitê Contra o Genocídio da Juventude Negra, Pobre e Periférica, afirma estar satisfeito com o diálogo promovido pela Secretaria Municipal de Cultura.  O artista e militante concedeu uma entrevista ao SPressoSP sobre o encontro e seus resultados, confira abaixo: 
SPressoSP: Qual o saldo da reunião para o movimento?
Pirata: Eu pensei que ia ser triste, mas foi bem positiva, porque o secretário é avançado no entendimento do que é cultura popular, ele entende a diferença do fazer cultura e promover arte. A secretaria não pode ficar promovendo arte, tem que dialogar com os pequenos grupos e os grandes grupos. Ele se mostrou pronto para esse compromisso, houve comprometimento.
SPressoSP: Vocês pautaram muitos assuntos, mas o que mais os preocupa?
Pirata:
 A autonomia, isso é o principal, porque tem alguns grupos que se envolvem para falar do hip hop, mas eles não têm envolvimento com o hip hop, e estão trazendo uma indústria cultural privada para dentro do movimento. Com isso, se desvincula a politização e toda a história de questionamento do hip hop, se perder nossas bandeiras, vira algo só estético. No diálogo com o secretário afirmamos que não queremos intermediários.
SPressoSP: E agora, quais os próximos passos do movimento?
Pirata: Vamos cobrar os compromissos feitos na reunião, de que o hip hop poderá utilizar os equipamentos de cultura da cidade, e eles prometeram criar uma política pública para o hip hop. Foi uma discussão bem politizada.
SPressoSP: O Juca Ferreira falou bastante em descriminalizar o movimento, essa deve ser a primeira ação?
Pirata:
 A gestão passada ajudou a criminalizar mais ainda o hip hop, principalmente depois do fato que houve na Praça da Sé, com o Racionais MCs. Então começou a se revistar todo mundo que vai em show, os policiais queriam revistar todo mundo, começaram a fazer o que fazem com o funk hoje, é uma discussão de classe que está inserida aí. Esse processo precisa ser revertido, por isso houve o compromisso na reunião e vamos atrás disso, também. Precisamos dessas políticas públicas.
SPressoSP: De quais políticas públicas você está falando?
Pirata: No sentido de ter, por exemplo, um VAI do hip hop. Tem que olhar o hip hop como se olha o teatro ou outros segmentos, e o movimento precisa ser valorizado. A mídia já não nos mostra, mas o Hip Hop está mais vivo do que nunca, tem só que ter espaço e incentivo. Precisa ter sensibilidade para entender que o Hip Hop é o antídoto contra o genocídio da juventude negra nas periferias.

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