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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

ESTUDOS BIBLIOTECA SOLANO TRINDAD


Resumo do Grupo de Estudos Emancipação Humana realizado no dia 27/08/2011 na Biblioteca Comunitária Solano Trindade.

Texto: Divisão do Trabalho e Manufatura – O Capital livro I, vol. I

Uma das características do trabalho humano é a cooperação. A humanidade ao longo de sua existência tem desde os primórdios tem atuado em grupo e essa vida social engendra no mínimo que as pessoas transformem a natureza para satisfação de necessidades e produção da própria vida. Para a efetivação do fazer histórico que é a produção e reprodução da vida, desde tempos remotos, seja na fase coletora, seja na fase de plantio e domesticação de animais, os homens tem cooperados entre si para a superação e realização de um bem comum. Essa cooperação de forma livre e associado vai ganhar novos contornos no curso da história da civilização. E Marx, na sua brilhante obra que estudada a sociabilidade humana sob a regência do Capital, apresenta a cooperação e o artesanato (na forma clássica de ofícios) como condições sine quannon para o surgimento da manufatura em dada sociabilidade.

A cooperação baseada na divisão do trabalho adquire sua forma clássica na manufatura. Como forma característica do processo de produção capitalista ela predomina durante o período manufatureiro propriamente dito, que, grosso modo, dura de meados do século XVI até o último terço do século XVIII”.

Podemos enfatizar que no período manufatureiro, apropriado do artesanato, as oficinas reúnem os trabalhadores de diferentes ofícios para a produção de mercadorias. “A manufatura origina-se de modo duplo. Em um modo, trabalhadores de diversos ofícios autônomos, por cujas mãos tem de passar um produto até o acabamento final, são reunidos em uma oficina sob o comando de um mesmo capitalista”.

Neste modelo de produção vemos o principiar de um trabalhador unilateral, que atua de forma parcial, em ofícios específicos. É o início da fragmentação das atividades produtivas, a pormenorização da produção na oficina, cada qual atuando em seu ofício: “O costureiro, o serralheiro, o correeiro etc., que se ocupam apenas com a feitura de carruagens, perdem pouco a pouco com o costume a capacidade de exercer seu antigo ofício em toda a sua extensão”.

O que Marx faz brotar das análises da Manufatura é que a mercadoria é um produto social que congrega diversos artesãos, fragmentados, parcelados atuando de forma sistemática e cooperada.
Vejamos como ele define essa dupla forma de labor:

“A origem da manufatura, sua formação a partir do artesanato, é portanto dúplice. De um lado, ela parte da combinação de ofícios autônomos de diferentes espécies, que são despidos de sua autonomia e tornados unilaterais até o ponto em que constituem apenas operações parciais que se complementam mutuamente no processo de produção de uma única e mesma mercadoria. De outro lado, ela parte da cooperação de artífices da mesma espécie, decompõe o mesmo ofício individual em suas diversas operações particulares e as isola e as torna autônomas até o ponto em que cada uma delas torna-se função exclusiva de um trabalhador específico. Por um lado a manufatura introduz, portanto, a divisão do trabalho em um processo de produção ou a desenvolve mais; por outro lado, ela combina ofícios anteriormente separados. Qualquer que seja seu ponto particular de partida, sua figura final é a mesma — um mecanismo de produção, cujos órgãos são seres humanos”.


E prossegue o mestre “...antes de mais nada, a análise do processo de produção em suas fases particulares coincide inteiramente com a decomposição de uma atividade artesanal em suas diversas operações parciais. Precisamente por continuar sendo a habilidade manual a base do processo de produção é que cada trabalhador é apropriado exclusivamente para uma função parcial e sua força de trabalho é transformada por toda vida em órgão dessa função parcial”.





Características da Divisão Social do Trabalho na Sociedade e na Manufatura



DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO


SOCIEDADE

MANUFATURA

Característica de todas as sociabilidades e formações sociais
Trabalho executado em sociedade e através dela
Especialidades Produtivas
Característica do trabalho humano
A divisão do trabalho começa com a análise do processo
Divide a sociedade em entre ocupações, ramos da produção
Forçada, caótica, anárquica e determinada pelo mercado
Troca de produtos como mercadoria
Subdivide a sociedade
Fortalece o indivíduo e a espécie

Subdivisão sistemática do trabalho e de cada especialidade em operações limitadas
Fenômeno da fragmentação e distribuição de tarefas
Parcelamento dos processos de feitura do produto em numerosas operações executadas por diferentes trabalhadores
Produto peculiar da sociedade capitalista
Divisão pormenorizada do trabalho destrói ocupações
Impossibilita o trabalhador de acompanhar o processo completo e de produção
Imposta pelo planejamento e controle
Apropriação individual do produto pelo capitalista
Subdivide o homem
Crime contra a pessoa e contra a humanidade
Princípio de Babbage “Dividir os ofícios barateia o suas partes numa sociedade baseada na compra e venda da força de trabalho”.
A força de trabalho vira mercadoria.
Toda a fase do processo de trabalho é divorciada, tão longe, quanto possível, do conhecimento e preparo especial e reduzida a simples trabalho.






Divisão do Trabalho na Manufatura e Divisão do Trabalho na Sociedade

A Manufatura se configura no trabalhador parcial, suas ferramentas e seus mecanismos. Por outro lado o fundamento da produção de mercadorias apresenta uma interação entre a divisão manufatureira do trabalho e a divisão social do trabalho.
Por divisão social do trabalho entendemos a separação da produção social em grandes ramos: Agricultura, Indústria e Comércio, ou seja, é aquela divisão da produção de mercadorias que aprendemos no ensino fundamental em setores primário, secundário e terciário
A divisão social do trabalho na sociedade e na manufatura se diferenciam em grau e espécie, pois a divisão do trabalho na sociedade é geral enquanto a outra é individualizada, singularizada. Chegando a última a dividir as profissões e até mesmo dividir os trabalhadores de forma que diversos destes elaborem conjuntamente uma única mercadoria.
A primeira divisão do trabalho é aquela que chamamos de geral; distinguindo agricultores, manufatores e comerciantes. A segunda seria a especial, cuja divisão de ramo de trabalho em espécies e a terceira divisão do trabalho pode ser qualificada como divisão de tarefas, pois ela se estabelece em cada ofício e profissão, ocorre na manufatura e na maioria das oficinas.
Para Marx, a divisão do trabalho começa, quando povos passam a trocar seus excedentes produtivos, cada povo ao produzir determinado tipo de alimento, em determinada região, com diferentes meios de produção e de subsistência, baseado no deu modo de produção, modo de vida e diversidade. Com a produção e reprodução da vida, o crescimento da densidade demográfica, a diversidade de povos e de produtos, propiciou o intercâmbio entre povos e não entre indivíduos. Essa troca recíproca produtos mais tarde tomou a forma de trocas dos produtos em mercadorias. A troca estabeleceu conexões entre ramos diferentes de produção e transformou-os em atividades interdependentes no conjunto da produção social. A troca entre ramos de produção diversos e independentes entre si é que vai engendrar a divisão social do trabalho.
Se a condição para a divisão social do trabalho é a expansão das capacidades produtivas entres ramos diferentes de atividades baseados e dependentes na troca de produtos, convertida em circulação de mercadorias. Por outro lado, a manufatura, tem como fundamento e condições objetivas, a cooperação entre as forças de trabalho coletiva, o emprego de certos números de trabalhadores na oficina e a diversificação de ofícios. Que por sua vez diferenciará as ferramentas de trabalho e cada vez mais os ofícios, culminando na separação e independências desses ofícios. Sendo que os trabalhos parciais podem desagregar-se e transformar-se em novos ofícios independentes. Para aperfeiçoar a divisão do trabalho na manufatura, o mesmo ramo de produção é subdividido em manufaturas diversas.
A característica central da divisão manufatureira do trabalho é que o trabalhador parcial não produz nenhuma mercadoria, só o produto coletivo dos trabalhadores parciais é que se transformam em mercadorias. “A divisão manufatureira do trabalho pressupõe concentração dos meios de produção nas mãos de um capitalista” Na divisão manufatureira do trabalho, o trabalhador é condenado a executar eternamente uma operação parcial e sua subordinação completa ao capitalista.






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